A graça barata é vendida por aí como nestas lojas de quinquilharias – não custa muito, mas é de qualidade duvidosaHá cerca de uns dez anos, começaram a surgir aquelas lojas que ofereciam “tudo” ao preço de R$ 1,99. Elas logo viraram uma febre, por oferecer toda sorte de produtos baratos, embora de qualidade duvidosa. Bem antes disso, lá por meados do século passado, um teólogo chamado Bonhoeffer mencionou que muitos abraçam uma graça barata, descompromissada e que não requer nenhuma transformação interna e radical de vida. A versão moderna da graça barata é muito mais sofisticada e cheia de requintes, mas também oferece um evangelho sem a necessidade de transformação radical de vida. É uma graça que prega um Deus bonachão, feito Papai Noel, que concede as benesses do céu agora aqui e agora, neste mundo. É um Deus que está aí para oferecer um projeto de vida boa. Uma visão mercadológica da fé, em que a palavra de ordem é ter uma vida onde os sofrimentos inexistem – bem, quem não experimenta isso é porque está com algum “encosto”. A graça barata é caracterizada por uma religiosidade sem princípios e compromissos éticos. Ela tem uma concepção animista de um mundo dominado por forças ocultas e malignas que vivem em eterno conflito com as forças do bem. É caracterizada por uma teologia da prosperidade e por negociatas com Deus que fariam morrer de vergonha os vendedores de indulgências no passado. A graça barata é orientada às necessidades, em vez do arrependimento, da auto-negação da vida. É um evangelho que foge da cruz como o diabo dela também foge, mas que quer os benefícios da ressurreição de Jesus. Essa graça barata é como aquelas quinquilharias vendidas por aí a R$ 1,99 – não custa muito, mas também não vale nada, pois é uma graça que focaliza apenas o interesse do fiel em querer mais de Deus e dar menos de si a ele. É barata em termos espirituais, mas cara em termos materiais, pois muitas comunidades que a pregam cobram altas taxas de adesão e de intermediação com o sagrado. As publicidades e os depoimentos na TV não falam desse custo, mas se você for lá na hora do “show”, verá que sem pagar, nada feito. Infelizmente, muita gente bem intencionada está caindo neste “conto do pastor”, acreditando que está entregando a sua alma a Jesus, mas na realidade está se escravizando a uma espécie de fidelização – para usar termo da moda – da fé. E muitas igrejas históricas e seus pastores demonstram estar em desespero vendo esses grupos crescerem e seus bancos ficarem vazios, e assim, acabam sendo tentados a baratear o evangelho arreganhando a porta estreita do céu. Quem opta pela graça natural, a divina mesmo, considera o custo do precioso sangue de Jesus que foi derramado e busca atender, na dependência divina, o abandono do pecado. A verdadeira graça de Deus levará a pessoa a uma busca pelos caminhos da retidão, santidade e justiça. Vamos repensar o evangelho que temos pregado – será que é o “outro” evangelho, citado em Gálatas 1.6-9?
Lourenço Stelio Rega é teologo, educador e escritor.
Fonte: http://www.eclesia.com.br/revistadet1.asp?cod_artigos=21
Este blog, constará de artigos como também de situações do dia a dia que passam despercebidas,mas que contém valores para nós. vale a pena conferir!
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
"Convenção Mundial no Inferno"
A Reunião de Satanás
Satanás convocou uma Convenção Mundial de demônios. Em seu discurso de abertura, ele disse: "Não podemos impedir os cristãos de irem à igreja"
"Não podemos impedi-los de ler as suas Bíblias e conhecerem a verdade"
"Nem mesmo podemos impedi-los de formar um relacionamento íntimo com o seu Salvador“.
E, uma vez que eles ganham essa conexão com Jesus, o nosso poder sobre eles está quebrado. "Então vamos deixá-los ir para suas igrejas, vamos deixá-los com os almoços e jantares que nelas organizam, MAS, vamos roubar-lhes o TEMPO que têm, de maneira que não sobre tempo algum para desenvolver um relacionamento com Jesus Cristo".
"O que quero que vocês façam é o seguinte", disse o diabo:
"Distraia-os a ponto de que não consigam aproximar-se do seu Salvador" Como vamos fazer isto? Gritaram os seus demônios.
Respondeu-lhes: "Mantenham-nos ocupados nas coisas não essenciais da vida, e inventem inumeráveis assuntos e situações que ocupem as suas mentes"
"Tentem-nos a gastarem, gastarem, gastarem, e tomar emprestado, tomar emprestado" "Persuadam as suas esposas a irem trabalhar durante longas horas, e os maridos a trabalharem de 6 à 7 dias por semana, durante 10 à 12 horas por dia, a fim de que eles tenham capacidade financeira para manter os seus estilos de vida fúteis e vazios."
"Criem situações que os impeçam de passar algum tempo com os filhos"
"À medida que suas famílias forem se fragmentando, muito em breve seus lares já não mais oferecerão um lugar de paz para se refugiarem das pressões do trabalho".
"Estimulem suas mentes com tanta intensidade, que eles não possam mais escutar aquela voz suave e tranqüila que orienta seus espíritos".
"Encham as mesinhas de centro de todos os lugares com revistas e jornais". "Bombardeiem as suas mentes com noticias, 24 horas por dia".
"Invadam os momentos em que estão dirigindo, fazendo-os prestar atenção a cartazes chamativos". "Inundem as caixas de correio deles com papéis totalmente inúteis, catálogos de lojas que oferecem vendas pelo correio, loterias, bolos de apostas, ofertas de produtos gratuitos, serviços, e falsas esperanças".
"Mantenham lindas e delgadas modelos nas revistas e na TV, para que seus maridos acreditem que a beleza externa é o que é importante, e eles se tornarão mal satisfeitos com suas próprias esposas". "Mantenham as esposas demasiadamente cansadas para amarem seus maridos à noite, e dê-lhes dor de cabeça também. Se elas não dão a seus maridos o amor que eles necessitam, eles então começam a procurá-lo em outro lugar e isto, sem dúvida, fragmentará as suas famílias rapidamente."
"Dê-lhes Papai Noel, para que esqueçam da necessidade de ensinarem aos seus filhos, o significado real do Natal."
"Dê-lhes o Coelho da Páscoa, para que eles não falem sobre a ressurreição de Jesus, e o Seu poder sobre o pecado e a morte."
"Até mesmo quando estiverem se divertindo, se distraindo, que seja tudo feito com excessos, para que ao voltarem dali estejam exaustos!".
"Mantenha-os de tal modo ocupados que nem pensem em andar ou ficar na natureza, para refletirem na criação de Deus. Ao invés disso, mande-os para Parques de Diversão, acontecimentos esportivos, peças de teatro, concertos e ao cinema. Mantenha-os ocupados, ocupados."
"E, quando se reunirem para um encontro, ou uma reunião espiritual, envolva-os em mexericos e conversas sem importância, para que, ao saírem, o façam com as consciências pesadas".
"Encham as vidas de todos elescom tantas causas nobres eimportantes a serem defendidasque não tenham nenhum tempo para buscarem o poder de Jesus".Muito em breve, eles estarão buscando em suas próprias forças, as soluções para seus problemas e causas que defendem, sacrificando sua saúde e suas famílias pelo bem da causa."
"Isto vai funcionar!! Vai funcionar !!"
Os demônios ansiosamente partiram para cumprirem as determinações do chefe, fazendo com que os cristãos, em todo o mundo, ficassem mais ocupados, e mais apressados, indo daqui para ali e vice-versa, tendo pouco tempo para Deus e parasuas famílias.Não tendo nenhum tempo para contar à outros sobre o poder de Jesus para transformar vidas...
Creio que a pergunta é:
Teve o diabo sucesso nas suas maquinações?
Por favor, passe isto adiante, se você não estiver muito OCUPADO!
Atenciosamente,
SILVA NETO
Satanás convocou uma Convenção Mundial de demônios. Em seu discurso de abertura, ele disse: "Não podemos impedir os cristãos de irem à igreja"
"Não podemos impedi-los de ler as suas Bíblias e conhecerem a verdade"
"Nem mesmo podemos impedi-los de formar um relacionamento íntimo com o seu Salvador“.
E, uma vez que eles ganham essa conexão com Jesus, o nosso poder sobre eles está quebrado. "Então vamos deixá-los ir para suas igrejas, vamos deixá-los com os almoços e jantares que nelas organizam, MAS, vamos roubar-lhes o TEMPO que têm, de maneira que não sobre tempo algum para desenvolver um relacionamento com Jesus Cristo".
"O que quero que vocês façam é o seguinte", disse o diabo:
"Distraia-os a ponto de que não consigam aproximar-se do seu Salvador" Como vamos fazer isto? Gritaram os seus demônios.
Respondeu-lhes: "Mantenham-nos ocupados nas coisas não essenciais da vida, e inventem inumeráveis assuntos e situações que ocupem as suas mentes"
"Tentem-nos a gastarem, gastarem, gastarem, e tomar emprestado, tomar emprestado" "Persuadam as suas esposas a irem trabalhar durante longas horas, e os maridos a trabalharem de 6 à 7 dias por semana, durante 10 à 12 horas por dia, a fim de que eles tenham capacidade financeira para manter os seus estilos de vida fúteis e vazios."
"Criem situações que os impeçam de passar algum tempo com os filhos"
"À medida que suas famílias forem se fragmentando, muito em breve seus lares já não mais oferecerão um lugar de paz para se refugiarem das pressões do trabalho".
"Estimulem suas mentes com tanta intensidade, que eles não possam mais escutar aquela voz suave e tranqüila que orienta seus espíritos".
"Encham as mesinhas de centro de todos os lugares com revistas e jornais". "Bombardeiem as suas mentes com noticias, 24 horas por dia".
"Invadam os momentos em que estão dirigindo, fazendo-os prestar atenção a cartazes chamativos". "Inundem as caixas de correio deles com papéis totalmente inúteis, catálogos de lojas que oferecem vendas pelo correio, loterias, bolos de apostas, ofertas de produtos gratuitos, serviços, e falsas esperanças".
"Mantenham lindas e delgadas modelos nas revistas e na TV, para que seus maridos acreditem que a beleza externa é o que é importante, e eles se tornarão mal satisfeitos com suas próprias esposas". "Mantenham as esposas demasiadamente cansadas para amarem seus maridos à noite, e dê-lhes dor de cabeça também. Se elas não dão a seus maridos o amor que eles necessitam, eles então começam a procurá-lo em outro lugar e isto, sem dúvida, fragmentará as suas famílias rapidamente."
"Dê-lhes Papai Noel, para que esqueçam da necessidade de ensinarem aos seus filhos, o significado real do Natal."
"Dê-lhes o Coelho da Páscoa, para que eles não falem sobre a ressurreição de Jesus, e o Seu poder sobre o pecado e a morte."
"Até mesmo quando estiverem se divertindo, se distraindo, que seja tudo feito com excessos, para que ao voltarem dali estejam exaustos!".
"Mantenha-os de tal modo ocupados que nem pensem em andar ou ficar na natureza, para refletirem na criação de Deus. Ao invés disso, mande-os para Parques de Diversão, acontecimentos esportivos, peças de teatro, concertos e ao cinema. Mantenha-os ocupados, ocupados."
"E, quando se reunirem para um encontro, ou uma reunião espiritual, envolva-os em mexericos e conversas sem importância, para que, ao saírem, o façam com as consciências pesadas".
"Encham as vidas de todos elescom tantas causas nobres eimportantes a serem defendidasque não tenham nenhum tempo para buscarem o poder de Jesus".Muito em breve, eles estarão buscando em suas próprias forças, as soluções para seus problemas e causas que defendem, sacrificando sua saúde e suas famílias pelo bem da causa."
"Isto vai funcionar!! Vai funcionar !!"
Os demônios ansiosamente partiram para cumprirem as determinações do chefe, fazendo com que os cristãos, em todo o mundo, ficassem mais ocupados, e mais apressados, indo daqui para ali e vice-versa, tendo pouco tempo para Deus e parasuas famílias.Não tendo nenhum tempo para contar à outros sobre o poder de Jesus para transformar vidas...
Creio que a pergunta é:
Teve o diabo sucesso nas suas maquinações?
Por favor, passe isto adiante, se você não estiver muito OCUPADO!
Atenciosamente,
SILVA NETO
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Evitar o divórcio é possível
Os casamentos duram cada vez mais menos, mas para os especialistas é sempre possível salvar a vida a dois
Vladimir Maluf, especial para o iG Delas 20/11/2009 08:56
Corrigir a expectativa de felicidade depositada sobre o outro é um dos passos para salvar seu casamento
Segundo dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em 2009 a taxa de divórcios no Brasil se mostra cinco vezes maior do que em 1980. A instituição aponta a TV como um dos responsáveis por este crescimento espantoso, citando que os casais em telenovelas, quando passam por uma crise, optam pelo divórcio como solução. Mas será que se divorciar é mais fácil que salvar o casamento?
O autor do livro “Castelo de cartas” (Editora Mundo Cristão) defende a possibilidade de salvar um casamento, mesmo em situações extremas – até mesmo quando incluem violência doméstica. Gary Chapman, que é terapeuta e conselheiro matrimonial, identifica em seu livro as 10 questões que levam os casamentos ao fim: irresponsabilidade; excesso de trabalho; parceiros controladores; falta de comunicação; abuso verbal, físico e sexual; infidelidade; alcoolismo e drogas; depressão.
Promessa de felicidadeO psicanalista Ernesto Duvidovich, do Centro de Estudos Psicanalíticos, que oferece atendimento a preços populares a quem não pode pagar, afirma que são muitos os motivos que levam os relacionamentos ao fim. Mas vê um principal: a promessa de felicidade. “Fazemos um contrato sem saber que um deve ao outro a felicidade. Você tem o encargo de fazer o outro feliz e vice-versa. Isso tende a frustrar as pessoas”.
Além do número de divórcios ter aumentado, Ernesto acredita que eles vão continuar a crescer. “Está ruim e vai piorar, pois o momento que a sociedade vive incentiva cada vez mais a individualidade e a cultura do narcisismo. As pessoas têm dificuldade de fazer renúncias. Negociam muito pouco. ‘Ou é do meu jeito ou é nada’”, exemplifica.
Não espere tudo do outroA independência da mulher também gerou conflitos, com a capacidade dela viver com mais autonomia, diz Ernesto. E isso mudou o modelo de casamento. “Para conseguir manter um casamento é preciso respeitar o outro. Admitir a autonomia. É preciso que cada um tenha seus próprios projetos, aceitar diferenças, fazer renuncias e negociar. E, fundamentalmente, não esperar tudo do outro”, diz ele.
A psicanalista Elizandra Souza diz que, com a mudança do pensamento e do comportamento feminino, o homem se sentiu perdido, pois não estava acostumado e nem esperava tanta mudança. E ela concorda que a forma de se relacionar está individualizada. “As pessoas se preocupam muito mais com si mesmas e com suas realizações do que com a construção de uma relação amorosa e familiar”.
Para ela, muitas vezes, os relacionamentos são constituídos para satisfazer uma necessidade individual, não com o intuito de construir algo. “Depois de esgotada a necessidade, o relacionamento acaba”, completa.
Mas dá para evitar o divórcio repensando seu comportamento. “Quando os dois realmente querem ter uma relação madura, precisam ter consciência de que terão que abrir mão de algumas necessidades individuais em favor do casal”, diz ela.
Mas não pense que não haverá problemas. Os conflitos sempre vão rodear os casamentos, lembra Ernesto. “A falta de dinheiro atrapalha, pois gera outros problemas. A chegada dos filhos, pois a mulher desvia o olhar do marido... É assim que funciona”. Mas se a relação chegar ao fim, é momento de refletir, aconselha Elizandra.
“Comumente, apontamos os erros dos ex-companheiros na tentativa de nos desculparmos dos nossos. As responsabilidades são de ambos. Ao reconhecer os erros, temos a oportunidade de analisar nossos limites, nossas vontades, nossos medos, nossos impulsos. E daí partir para outro relacionamento com mais clareza”, encerra a psicanalista.
Vladimir Maluf, especial para o iG Delas 20/11/2009 08:56
Corrigir a expectativa de felicidade depositada sobre o outro é um dos passos para salvar seu casamento
Segundo dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em 2009 a taxa de divórcios no Brasil se mostra cinco vezes maior do que em 1980. A instituição aponta a TV como um dos responsáveis por este crescimento espantoso, citando que os casais em telenovelas, quando passam por uma crise, optam pelo divórcio como solução. Mas será que se divorciar é mais fácil que salvar o casamento?
O autor do livro “Castelo de cartas” (Editora Mundo Cristão) defende a possibilidade de salvar um casamento, mesmo em situações extremas – até mesmo quando incluem violência doméstica. Gary Chapman, que é terapeuta e conselheiro matrimonial, identifica em seu livro as 10 questões que levam os casamentos ao fim: irresponsabilidade; excesso de trabalho; parceiros controladores; falta de comunicação; abuso verbal, físico e sexual; infidelidade; alcoolismo e drogas; depressão.
Promessa de felicidadeO psicanalista Ernesto Duvidovich, do Centro de Estudos Psicanalíticos, que oferece atendimento a preços populares a quem não pode pagar, afirma que são muitos os motivos que levam os relacionamentos ao fim. Mas vê um principal: a promessa de felicidade. “Fazemos um contrato sem saber que um deve ao outro a felicidade. Você tem o encargo de fazer o outro feliz e vice-versa. Isso tende a frustrar as pessoas”.
Além do número de divórcios ter aumentado, Ernesto acredita que eles vão continuar a crescer. “Está ruim e vai piorar, pois o momento que a sociedade vive incentiva cada vez mais a individualidade e a cultura do narcisismo. As pessoas têm dificuldade de fazer renúncias. Negociam muito pouco. ‘Ou é do meu jeito ou é nada’”, exemplifica.
Não espere tudo do outroA independência da mulher também gerou conflitos, com a capacidade dela viver com mais autonomia, diz Ernesto. E isso mudou o modelo de casamento. “Para conseguir manter um casamento é preciso respeitar o outro. Admitir a autonomia. É preciso que cada um tenha seus próprios projetos, aceitar diferenças, fazer renuncias e negociar. E, fundamentalmente, não esperar tudo do outro”, diz ele.
A psicanalista Elizandra Souza diz que, com a mudança do pensamento e do comportamento feminino, o homem se sentiu perdido, pois não estava acostumado e nem esperava tanta mudança. E ela concorda que a forma de se relacionar está individualizada. “As pessoas se preocupam muito mais com si mesmas e com suas realizações do que com a construção de uma relação amorosa e familiar”.
Para ela, muitas vezes, os relacionamentos são constituídos para satisfazer uma necessidade individual, não com o intuito de construir algo. “Depois de esgotada a necessidade, o relacionamento acaba”, completa.
Mas dá para evitar o divórcio repensando seu comportamento. “Quando os dois realmente querem ter uma relação madura, precisam ter consciência de que terão que abrir mão de algumas necessidades individuais em favor do casal”, diz ela.
Mas não pense que não haverá problemas. Os conflitos sempre vão rodear os casamentos, lembra Ernesto. “A falta de dinheiro atrapalha, pois gera outros problemas. A chegada dos filhos, pois a mulher desvia o olhar do marido... É assim que funciona”. Mas se a relação chegar ao fim, é momento de refletir, aconselha Elizandra.
“Comumente, apontamos os erros dos ex-companheiros na tentativa de nos desculparmos dos nossos. As responsabilidades são de ambos. Ao reconhecer os erros, temos a oportunidade de analisar nossos limites, nossas vontades, nossos medos, nossos impulsos. E daí partir para outro relacionamento com mais clareza”, encerra a psicanalista.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
ADORADORES, SIM, MAS INCRÉDULOS
Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Fonte: www.isaltinogomes.com
Assim diz o SENHOR: Apresenta-te no pátio da casa do SENHOR e diz aos habitantes das cidades que vêm adorar na casa do SENHOR, todas as palavras que te mando que lhes fales; não omitas uma só palavra. Pode ser que ouçam e se convertam do seu mau caminho, para que desista do mal que planejo fazer-lhes por causa da maldade de suas ações” – Jeremias 26.2-3 (Almeida Século 21).Palavra dura, mas bem clara: eram adoradores, mas incrédulos. Quem vê a dimensão que o termo “adorador” tomou no cenário evangélico, pensa que io que de mais importante podemos fazer é cantar corinhos ingênuos, com cara de quem sofre crise de cálculo renal, isto é, fazendo ar de quem sente dor, franzindo testa, levantando mãos, revirando olhos. Isto é o cúmulo do status da espiritualidade evangélica: cantar letras fraquinhas em músicas capengas, com instrumentos banais, fazendo ar compungido.Os contemporâneos de Jeremias iam ao templo para adorar, mas eram incrédulos. Jogo de cena, voz tremelicada, gestual, nada disso é relevante, mas sim se a pessoa é convertida. Os adoradores do tempo de Jeremias não eram.Alguns me dirão que não devo duvidar da conversão de ninguém nem julgar ninguém. Devo e posso. Jesus autoriza: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16). Tanta gente dá bordoada em pastores, por que não posso duvidar de adoradores que não mostram na vida o que cantam? Por que sou obrigado a concordar com a idéia, falsa por sinal, de que cantar é sinal de espiritualidade? Desde quando ser adorador (cantar no culto) é sinal de conversão? O sinal de conversão são os frutos de uma vida regenerada. Estou cansado de pregar em igrejas onde os menestréis adoradores não levam Bíblia e saem do templo na hora da pregação. Estou cansado de ver tanta adoração na igreja evangélica brasileira e não ver vida séria.Estou chocado com a falta de espiritualidade dos evangélicos, apesar do excesso de adoradores. Eis um trecho do livro que estou preparando sobre o fruto do Espírito e onde cito o jornal inglês The Guardian:Veja-se esta notícia, profundamente chocante, que veio na coluna do jornalista Cláudio Humberto, que é publicada em vários jornais brasileiros e na Internet, e que extrai do “Jornal de Brasília”: “CONTAGEM MACABRA – Criticando a crescente violência no Rio, o jornal inglês The Guardian acredita que ‘milhares vão morrer antes dos Jogos Olímpicos de 2016’. E fala de um novo tipo de bandidos: os traficantes evangélicos”. Aonde chegamos! Traficantes evangélicos? Como pode acontecer isto? Onde está aquele povo que tinha tanta preocupação com a conduta que excluía das igrejas quem fumasse um simples cigarro ou bebesse um copo de cerveja? Como chegamos a ter traficantes em nossas igrejas? Que evangelho está sendo pregado e que atraiu estas pessoas? Como alguém pode ter fé em Cristo (um evangélico, antigamente, era quem cria e seguia a Jesus) e ser traficante, arruinando vidas, vendendo morte, destruindo lares? Onde está o fruto do Espírito na vida desses evangélicos?Adorar faz bem a quem adora. A pessoa se libera, solta energias, faz gestos, faz cara de sofredor, manifesta status (generalizou-se a idéia de que ser adorador é ser espiritual), mas o importante é retidão. Não é concebível haver evangélicos que sejam traficantes! Há tempos que pipocam notícias, esparsas e logo abafadas, de conivência de igrejas evangélicas com traficantes. Estes traficantes evangélicos devem adorar, mas não são convertidos.Precisamos de crentes convertidos. De servos rendidos a Cristo. De gente regenerada pelo Espírito. Pode se ser adorador sem ser convertido. Mas não se pode ser convertido sem ter frutos dignos de arrependimento (Mt 3.8).
Que tal menos alarido e mais frutos de convertidos?
http://batistastradicionais.blogspot.com/2009/11/adoradores-mas-incredulos.html
Fonte: www.isaltinogomes.com
Assim diz o SENHOR: Apresenta-te no pátio da casa do SENHOR e diz aos habitantes das cidades que vêm adorar na casa do SENHOR, todas as palavras que te mando que lhes fales; não omitas uma só palavra. Pode ser que ouçam e se convertam do seu mau caminho, para que desista do mal que planejo fazer-lhes por causa da maldade de suas ações” – Jeremias 26.2-3 (Almeida Século 21).Palavra dura, mas bem clara: eram adoradores, mas incrédulos. Quem vê a dimensão que o termo “adorador” tomou no cenário evangélico, pensa que io que de mais importante podemos fazer é cantar corinhos ingênuos, com cara de quem sofre crise de cálculo renal, isto é, fazendo ar de quem sente dor, franzindo testa, levantando mãos, revirando olhos. Isto é o cúmulo do status da espiritualidade evangélica: cantar letras fraquinhas em músicas capengas, com instrumentos banais, fazendo ar compungido.Os contemporâneos de Jeremias iam ao templo para adorar, mas eram incrédulos. Jogo de cena, voz tremelicada, gestual, nada disso é relevante, mas sim se a pessoa é convertida. Os adoradores do tempo de Jeremias não eram.Alguns me dirão que não devo duvidar da conversão de ninguém nem julgar ninguém. Devo e posso. Jesus autoriza: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16). Tanta gente dá bordoada em pastores, por que não posso duvidar de adoradores que não mostram na vida o que cantam? Por que sou obrigado a concordar com a idéia, falsa por sinal, de que cantar é sinal de espiritualidade? Desde quando ser adorador (cantar no culto) é sinal de conversão? O sinal de conversão são os frutos de uma vida regenerada. Estou cansado de pregar em igrejas onde os menestréis adoradores não levam Bíblia e saem do templo na hora da pregação. Estou cansado de ver tanta adoração na igreja evangélica brasileira e não ver vida séria.Estou chocado com a falta de espiritualidade dos evangélicos, apesar do excesso de adoradores. Eis um trecho do livro que estou preparando sobre o fruto do Espírito e onde cito o jornal inglês The Guardian:Veja-se esta notícia, profundamente chocante, que veio na coluna do jornalista Cláudio Humberto, que é publicada em vários jornais brasileiros e na Internet, e que extrai do “Jornal de Brasília”: “CONTAGEM MACABRA – Criticando a crescente violência no Rio, o jornal inglês The Guardian acredita que ‘milhares vão morrer antes dos Jogos Olímpicos de 2016’. E fala de um novo tipo de bandidos: os traficantes evangélicos”. Aonde chegamos! Traficantes evangélicos? Como pode acontecer isto? Onde está aquele povo que tinha tanta preocupação com a conduta que excluía das igrejas quem fumasse um simples cigarro ou bebesse um copo de cerveja? Como chegamos a ter traficantes em nossas igrejas? Que evangelho está sendo pregado e que atraiu estas pessoas? Como alguém pode ter fé em Cristo (um evangélico, antigamente, era quem cria e seguia a Jesus) e ser traficante, arruinando vidas, vendendo morte, destruindo lares? Onde está o fruto do Espírito na vida desses evangélicos?Adorar faz bem a quem adora. A pessoa se libera, solta energias, faz gestos, faz cara de sofredor, manifesta status (generalizou-se a idéia de que ser adorador é ser espiritual), mas o importante é retidão. Não é concebível haver evangélicos que sejam traficantes! Há tempos que pipocam notícias, esparsas e logo abafadas, de conivência de igrejas evangélicas com traficantes. Estes traficantes evangélicos devem adorar, mas não são convertidos.Precisamos de crentes convertidos. De servos rendidos a Cristo. De gente regenerada pelo Espírito. Pode se ser adorador sem ser convertido. Mas não se pode ser convertido sem ter frutos dignos de arrependimento (Mt 3.8).
Que tal menos alarido e mais frutos de convertidos?
http://batistastradicionais.blogspot.com/2009/11/adoradores-mas-incredulos.html
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
À NOITE, TODOS OS GATOS SÃO PARDOS...
Rev. Augustus Nicodemus Lopes
Confesso que no fundo de meu coração tenho medo de me tornar como alguns nomes do evangelicalismo brasileiro que abandonaram a teologia e adotaram uma "eteroteologia" (eteros = outro; theos = deus), ou como aqueles outros que hoje aconselham para a morte, após terem sido referencial de conduta e piedade no mundo evangélico.Tenho medo, explico, porque vejo que a mesma coisa pode acontecer comigo. Percebo no fundo de meu coração uma tendência constante para afastar-me de Deus. Sinto que a tentação para a heterodoxia e para a liberação total são perigos reais que me cercam diariamente. Vejo com muita clareza que submeter-me às Escrituras e crer em Deus é um milagre na minha vida.Vi a apostasia acontecer muito de perto ao longo da minha vida. Um famoso professor de Bíblia do Recife, que foi a pessoa que me encaminhou ao seminário, abandonou a fé cristã depois de trair a mulher e abandoná-la com nove filhos. Eu estava no primeiro ano! Três colegas meus de classe, no seminário, entre os mais brilhantes da turma, hoje nem professam mais o cristianismo. Um jovem promissor que chegou ao Evangelho por minha instrumentalidade, e que posteriormente chegou até a estudar no L’Abri, com Francis Schaeffer, renegou o cristianismo histórico. Uma conhecida minha, desde a infância, que é missionária no estrangeiro, acaba de comunicar aos pais que não é mais cristã, depois de começar a viver com um homem casado. Líderes que conheci e admirei e segui durante os primeiros anos de minha vida, não deixaram as denominações evangélicas, mas já não crêem mais naquilo que me ensinaram.Há advertências constantes nas Escrituras contra a apostasia. Apostatar significa afastar-se da verdade de Deus revelada nas Escrituras, como resultado de uma mudança de pensamento, e levantar-se em rebelião aberta contra ela. O que leva uma pessoa a fazer tudo isso, a abandonar a fé bíblica, seguir a heterodoxia, renegar os valores morais do cristianismo e pregar a liberação total?Não pretendo entrar aqui na delicada questão acerca da salvação do apóstata. Talvez noutro post eu tente esclarecer os motivos para acreditar que um apóstata, no sentido real da palavra, nunca foi verdadeiramente salvo. Creio na perseverança final dos santos, dos eleitos.O que eu gostaria é de inquirir acerca dos motivos que levam uma pessoa a abandonar a fé histórica do Cristianismo, após ter pregado e defendido essa fé por muito tempo. É evidente que não poderei inquirir aqui sobre os desígnios misteriosos de Deus. A minha inquirição é apenas psicológica, espiritual e teológica.O Novo Testamento nos dá vários motivos pelos quais as pessoas se desviam da fé. Na parábola do semeador, lemos acerca dos que creram por um tempo e depois se desviaram, por causa dos cuidados desse mundo e por causa das perseguições que começaram a experimentar por causa do Evangelho. São aqueles que não acolheram sinceramente a verdade para serem salvos. A eles, o próprio Deus envia a operação do erro e da mentira (2Ts 2.9-11). Há também os que, depois de algum tempo, passaram a dar ouvidos a doutrinas de demônios (1Tm 4.1). Outros, se desviaram da fé para professar uma doutrina que acharam que era mais intelectual (1Tm 6.20-21). Com mais freqüência, há os que foram levados pela cobiça, como Judas, Balaão e Demas, que amou o presente mundo. A demora, a relutância, a indolência e a negligência em romper definitivamente com o pecado e o erro são causas prováveis de apostasia, conforme o autor de Hebreus ensina em toda a sua carta. Ele avisa que a dureza de coração e a incredulidade são capazes de afastar alguém do Deus vivo (Hb 3.12-13).Em resumo, os motivos externos são vários: amor ao dinheiro, orgulho, problemas morais não resolvidos, vaidade intelectual, falta de coragem para assumir a verdade e desejo de novidades. A raiz de tudo isso, ao meu ver, é a falta de um coração regenerado, um motivo que os autores bíblicos estão sempre prontos a admitir.O apóstata pode permanecer muitos anos na igreja e no ministério cristão sem jamais revelar a apostasia que já aconteceu em seu coração. Outros, assumem a apostasia e rompem abertamente com a fé cristã histórica, e geralmente adotam outras doutrinas que mesmo aparecendo com cara de novas e revestidas de respeitabilidade intelectual, nada mais são que as velhas heresias teológicas e morais que a Igreja já enfrentou ao longo dos anos. Eu não me espantaria se por detrás dos grandes desvios teológicos da história encontrássemos pecados não resolvidos, orgulho, vaidade intelectual, soberba, dureza de coração e – obviamente – corações não regenerados. É claro que nunca saberemos ao certo. A história não registra essas coisas que sempre são abafadas, escondidas e quase nunca declaradas.Até onde entendo, só há uma coisa que mantém o cristão na verdade: o temor a Deus, a humildade e um coração quebrantado. Os que verdadeiramente se humilham diante de Deus e tremem de sua Palavra, mesmo que errem em pontos secundários, que caiam eventualmente em pecados, jamais se afastarão definitivamente de Deus e da sua palavra. O verdadeiro crente não pode mais abandonar a Deus. Nem que queira. Nem que em momentos terríveis diga a Deus que nunca mais o servirá. Ele acaba voltando. O apóstata vence essa barreira. Ele consegue passar o limite. Ele consegue pular a cerca. Ele não receia o que poderá acontecer. Pois no fundo ele realmente não acredita.A apostasia é uma realidade muito mais presente nos meios evangélicos brasileiros do que se deseja perceber. O falso conceito de tolerância, o relativismo, a falta de convicções doutrinárias, o liberalismo teológico travestido de ciência, tudo isso favorece um quadro cinza e enevoado onde os contornos do verdadeiro Cristianismo não são percebidos com clareza. À noite, todos os gatos são pardos.
Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com
Confesso que no fundo de meu coração tenho medo de me tornar como alguns nomes do evangelicalismo brasileiro que abandonaram a teologia e adotaram uma "eteroteologia" (eteros = outro; theos = deus), ou como aqueles outros que hoje aconselham para a morte, após terem sido referencial de conduta e piedade no mundo evangélico.Tenho medo, explico, porque vejo que a mesma coisa pode acontecer comigo. Percebo no fundo de meu coração uma tendência constante para afastar-me de Deus. Sinto que a tentação para a heterodoxia e para a liberação total são perigos reais que me cercam diariamente. Vejo com muita clareza que submeter-me às Escrituras e crer em Deus é um milagre na minha vida.Vi a apostasia acontecer muito de perto ao longo da minha vida. Um famoso professor de Bíblia do Recife, que foi a pessoa que me encaminhou ao seminário, abandonou a fé cristã depois de trair a mulher e abandoná-la com nove filhos. Eu estava no primeiro ano! Três colegas meus de classe, no seminário, entre os mais brilhantes da turma, hoje nem professam mais o cristianismo. Um jovem promissor que chegou ao Evangelho por minha instrumentalidade, e que posteriormente chegou até a estudar no L’Abri, com Francis Schaeffer, renegou o cristianismo histórico. Uma conhecida minha, desde a infância, que é missionária no estrangeiro, acaba de comunicar aos pais que não é mais cristã, depois de começar a viver com um homem casado. Líderes que conheci e admirei e segui durante os primeiros anos de minha vida, não deixaram as denominações evangélicas, mas já não crêem mais naquilo que me ensinaram.Há advertências constantes nas Escrituras contra a apostasia. Apostatar significa afastar-se da verdade de Deus revelada nas Escrituras, como resultado de uma mudança de pensamento, e levantar-se em rebelião aberta contra ela. O que leva uma pessoa a fazer tudo isso, a abandonar a fé bíblica, seguir a heterodoxia, renegar os valores morais do cristianismo e pregar a liberação total?Não pretendo entrar aqui na delicada questão acerca da salvação do apóstata. Talvez noutro post eu tente esclarecer os motivos para acreditar que um apóstata, no sentido real da palavra, nunca foi verdadeiramente salvo. Creio na perseverança final dos santos, dos eleitos.O que eu gostaria é de inquirir acerca dos motivos que levam uma pessoa a abandonar a fé histórica do Cristianismo, após ter pregado e defendido essa fé por muito tempo. É evidente que não poderei inquirir aqui sobre os desígnios misteriosos de Deus. A minha inquirição é apenas psicológica, espiritual e teológica.O Novo Testamento nos dá vários motivos pelos quais as pessoas se desviam da fé. Na parábola do semeador, lemos acerca dos que creram por um tempo e depois se desviaram, por causa dos cuidados desse mundo e por causa das perseguições que começaram a experimentar por causa do Evangelho. São aqueles que não acolheram sinceramente a verdade para serem salvos. A eles, o próprio Deus envia a operação do erro e da mentira (2Ts 2.9-11). Há também os que, depois de algum tempo, passaram a dar ouvidos a doutrinas de demônios (1Tm 4.1). Outros, se desviaram da fé para professar uma doutrina que acharam que era mais intelectual (1Tm 6.20-21). Com mais freqüência, há os que foram levados pela cobiça, como Judas, Balaão e Demas, que amou o presente mundo. A demora, a relutância, a indolência e a negligência em romper definitivamente com o pecado e o erro são causas prováveis de apostasia, conforme o autor de Hebreus ensina em toda a sua carta. Ele avisa que a dureza de coração e a incredulidade são capazes de afastar alguém do Deus vivo (Hb 3.12-13).Em resumo, os motivos externos são vários: amor ao dinheiro, orgulho, problemas morais não resolvidos, vaidade intelectual, falta de coragem para assumir a verdade e desejo de novidades. A raiz de tudo isso, ao meu ver, é a falta de um coração regenerado, um motivo que os autores bíblicos estão sempre prontos a admitir.O apóstata pode permanecer muitos anos na igreja e no ministério cristão sem jamais revelar a apostasia que já aconteceu em seu coração. Outros, assumem a apostasia e rompem abertamente com a fé cristã histórica, e geralmente adotam outras doutrinas que mesmo aparecendo com cara de novas e revestidas de respeitabilidade intelectual, nada mais são que as velhas heresias teológicas e morais que a Igreja já enfrentou ao longo dos anos. Eu não me espantaria se por detrás dos grandes desvios teológicos da história encontrássemos pecados não resolvidos, orgulho, vaidade intelectual, soberba, dureza de coração e – obviamente – corações não regenerados. É claro que nunca saberemos ao certo. A história não registra essas coisas que sempre são abafadas, escondidas e quase nunca declaradas.Até onde entendo, só há uma coisa que mantém o cristão na verdade: o temor a Deus, a humildade e um coração quebrantado. Os que verdadeiramente se humilham diante de Deus e tremem de sua Palavra, mesmo que errem em pontos secundários, que caiam eventualmente em pecados, jamais se afastarão definitivamente de Deus e da sua palavra. O verdadeiro crente não pode mais abandonar a Deus. Nem que queira. Nem que em momentos terríveis diga a Deus que nunca mais o servirá. Ele acaba voltando. O apóstata vence essa barreira. Ele consegue passar o limite. Ele consegue pular a cerca. Ele não receia o que poderá acontecer. Pois no fundo ele realmente não acredita.A apostasia é uma realidade muito mais presente nos meios evangélicos brasileiros do que se deseja perceber. O falso conceito de tolerância, o relativismo, a falta de convicções doutrinárias, o liberalismo teológico travestido de ciência, tudo isso favorece um quadro cinza e enevoado onde os contornos do verdadeiro Cristianismo não são percebidos com clareza. À noite, todos os gatos são pardos.
Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
No meio do caminho
de Carlos Drummond de Andrade
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
O Perigo da Complacência Cristã
J. C. Ryle
Os tempos exigem visões precisas e claras da doutrina cristã. Não posso negar a minha convicção de que a igreja nominal é tão prejudicada pela frouxidão e falta de clareza internamente, como pelos céticos e incrédulos externamente. Milhares de cristãos hoje parecem totalmente incapazes de distinguir coisas diferentes. Assim como os daltônicos com relação às cores, eles não conseguem diferençar o que é verdadeiro ou falso, o que convém ou não. Se o pregador for esperto, eloqüente e fervoroso, acham-no perfeito, por mais estranhos e heterodoxos que sejam os seus sermões. São aparentemente desprovidos de bom-senso espiritual e não conseguem identificar o erro. A única coisa categórica sobre eles é que desprezam a precisão [doutrinária] e acham que todas as visões extremas, radicais e taxativas são grandemente censuráveis e muito erradas!
Essas pessoas vivem no meio de uma neblina ou nevoeiro. Não veem as coisas com clareza nem sabem no que creem. Não têm nenhuma convicção sobre as grandes questões do evangelho e parecem estar satisfeitas com serem membros honorários de toda e qualquer linha de pensamento. Ainda que a vida delas estivesse em jogo, não poderiam lhe dizer o que consideram como verdade sobre justificação, regeneração, santificação, Ceia do Senhor, batismo, fé ou conversão, inspiração, ou o estado futuro. São consumidas pelo medo doentio da controvérsia e pelo desprezo ignorante ao espírito partidário; nada obstante não conseguem definir de fato o que querem dizer com tais expressões. E assim, vivendo sem clareza e por demais obscurecidos, deixam-se descer à sepultura sem consolo na própria fé e, temo eu, muitas vezes sem esperança.
Não é difícil achar a explicação para essa condição espiritual que não tem ossos, nervos, conteúdo. Para começar, com relação à fé, o coração do homem está naturalmente nas trevas — sem o mínimo senso intuitivo da verdade — e carece verdadeiramente de instrução e iluminação. Além disso, o coração natural da maioria dos homens odeia a diligência religiosa e despreza sinceramente a inquirição paciente e esforçada. Acima de tudo, o coração natural gosta geralmente de ser louvado pelos outros, esquiva-se da controvérsia e adora ser considerado caridoso e liberal. O resultado geral é que uma espécie de amplo “agnosticismo” religioso se ajusta a grande número de pessoas, especialmente às mais jovens. Elas contentam-se em descartar como lixo toda questão controversa e quando acusadas de indecisão, respondem: “Não tenho a pretensão de entender de controvérsias. Recuso-me a examinar questões polêmicas. Acho que, no fim das contas, é tudo a mesma coisa”. Quem não sabe que pessoas assim infestam e enxameiam todos os lugares?
Assim, rogo a todos que se protejam desse estado mental indeciso relativo à fé. Ele é a peste que se propaga nas trevas e a destruição que assola ao meio-dia; é uma disposição espiritual preguiçosa e indolente que, obviamente, livra o homem do trabalho de pensar e de investigar, para o qual, entretanto, não há fundamento na Bíblia. Por amor à sua alma, ouse decidir-se sobre o que crê e atreva-se a tomar posições bem-definidas e claras sobre a verdade e o erro. Nunca, nunca mesmo, tenha medo de defender opiniões doutrinárias nítidas nem deixe que o medo a homens ou o terror mórbido de ser considerado um espírito partidário, bitolado ou afeito à controvérsia lhe torne acomodado e satisfeito com um cristianismo desprovido de sangue, de ossos, de cor, de calor, não dogmático.
Tome nota do que eu digo. Se quiser fazer o bem nos dias de hoje, ponha realmente a indecisão de lado e assuma uma fé doutrinariamente clara e incisiva. Se você acreditar pouco, aqueles a quem você procura fazer o bem não acreditarão nada. As vitórias do cristianismo foram sempre alcançadas pela teologia doutrinariamente clara; por se falar abertamente aos homens da morte vicária e do sacrifício de Cristo, constrangendo-os a crerem no Salvador crucificado; por se pregar a ruída do pecado, a redenção por Cristo, a regeneração pelo Espírito; por se levantar a serpente de bronze; por se advertir para que olhem e vivam — para que creiam, se arrependam e sejam convertidos. Esse, exatamente esse, é o único ensinamento que Deus tem honrado com o sucesso ao longo dos séculos e ainda hoje está honrando, tanto em casa como no estrangeiro.
É a doutrina — a doutrina, a doutrina clara e vibrante que, semelhante às trombetas em Jericó, derruba a oposição do diabo e do pecado. Não importa o que alguns gostem de dizer nestes dias, apeguemo-nos a visões doutrinais claras e faremos bem a nós mesmos, aos outros e à causa de Cristo no mundo.
* John Charles Ryle (10/5/1816 ~ 10/6/1900) nasceu em Macclesfield e estudou em Eton e Christ Church, Oxford; foi o primeiro Bispo anglicano de Liverpool.
Os tempos exigem visões precisas e claras da doutrina cristã. Não posso negar a minha convicção de que a igreja nominal é tão prejudicada pela frouxidão e falta de clareza internamente, como pelos céticos e incrédulos externamente. Milhares de cristãos hoje parecem totalmente incapazes de distinguir coisas diferentes. Assim como os daltônicos com relação às cores, eles não conseguem diferençar o que é verdadeiro ou falso, o que convém ou não. Se o pregador for esperto, eloqüente e fervoroso, acham-no perfeito, por mais estranhos e heterodoxos que sejam os seus sermões. São aparentemente desprovidos de bom-senso espiritual e não conseguem identificar o erro. A única coisa categórica sobre eles é que desprezam a precisão [doutrinária] e acham que todas as visões extremas, radicais e taxativas são grandemente censuráveis e muito erradas!
Essas pessoas vivem no meio de uma neblina ou nevoeiro. Não veem as coisas com clareza nem sabem no que creem. Não têm nenhuma convicção sobre as grandes questões do evangelho e parecem estar satisfeitas com serem membros honorários de toda e qualquer linha de pensamento. Ainda que a vida delas estivesse em jogo, não poderiam lhe dizer o que consideram como verdade sobre justificação, regeneração, santificação, Ceia do Senhor, batismo, fé ou conversão, inspiração, ou o estado futuro. São consumidas pelo medo doentio da controvérsia e pelo desprezo ignorante ao espírito partidário; nada obstante não conseguem definir de fato o que querem dizer com tais expressões. E assim, vivendo sem clareza e por demais obscurecidos, deixam-se descer à sepultura sem consolo na própria fé e, temo eu, muitas vezes sem esperança.
Não é difícil achar a explicação para essa condição espiritual que não tem ossos, nervos, conteúdo. Para começar, com relação à fé, o coração do homem está naturalmente nas trevas — sem o mínimo senso intuitivo da verdade — e carece verdadeiramente de instrução e iluminação. Além disso, o coração natural da maioria dos homens odeia a diligência religiosa e despreza sinceramente a inquirição paciente e esforçada. Acima de tudo, o coração natural gosta geralmente de ser louvado pelos outros, esquiva-se da controvérsia e adora ser considerado caridoso e liberal. O resultado geral é que uma espécie de amplo “agnosticismo” religioso se ajusta a grande número de pessoas, especialmente às mais jovens. Elas contentam-se em descartar como lixo toda questão controversa e quando acusadas de indecisão, respondem: “Não tenho a pretensão de entender de controvérsias. Recuso-me a examinar questões polêmicas. Acho que, no fim das contas, é tudo a mesma coisa”. Quem não sabe que pessoas assim infestam e enxameiam todos os lugares?
Assim, rogo a todos que se protejam desse estado mental indeciso relativo à fé. Ele é a peste que se propaga nas trevas e a destruição que assola ao meio-dia; é uma disposição espiritual preguiçosa e indolente que, obviamente, livra o homem do trabalho de pensar e de investigar, para o qual, entretanto, não há fundamento na Bíblia. Por amor à sua alma, ouse decidir-se sobre o que crê e atreva-se a tomar posições bem-definidas e claras sobre a verdade e o erro. Nunca, nunca mesmo, tenha medo de defender opiniões doutrinárias nítidas nem deixe que o medo a homens ou o terror mórbido de ser considerado um espírito partidário, bitolado ou afeito à controvérsia lhe torne acomodado e satisfeito com um cristianismo desprovido de sangue, de ossos, de cor, de calor, não dogmático.
Tome nota do que eu digo. Se quiser fazer o bem nos dias de hoje, ponha realmente a indecisão de lado e assuma uma fé doutrinariamente clara e incisiva. Se você acreditar pouco, aqueles a quem você procura fazer o bem não acreditarão nada. As vitórias do cristianismo foram sempre alcançadas pela teologia doutrinariamente clara; por se falar abertamente aos homens da morte vicária e do sacrifício de Cristo, constrangendo-os a crerem no Salvador crucificado; por se pregar a ruída do pecado, a redenção por Cristo, a regeneração pelo Espírito; por se levantar a serpente de bronze; por se advertir para que olhem e vivam — para que creiam, se arrependam e sejam convertidos. Esse, exatamente esse, é o único ensinamento que Deus tem honrado com o sucesso ao longo dos séculos e ainda hoje está honrando, tanto em casa como no estrangeiro.
É a doutrina — a doutrina, a doutrina clara e vibrante que, semelhante às trombetas em Jericó, derruba a oposição do diabo e do pecado. Não importa o que alguns gostem de dizer nestes dias, apeguemo-nos a visões doutrinais claras e faremos bem a nós mesmos, aos outros e à causa de Cristo no mundo.
* John Charles Ryle (10/5/1816 ~ 10/6/1900) nasceu em Macclesfield e estudou em Eton e Christ Church, Oxford; foi o primeiro Bispo anglicano de Liverpool.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Liderança Masculina na Igreja
por Vincent Cheung
A mulher deve aprender em silêncio, com toda a sujeição. Não permito que a mulher ensine, nem que tenha autoridade sobre o homem. Esteja, porém, em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, e depois Eva. E Adão não foi enganado, mas sim a mulher que, tendo sido enganada, tornou-se transgressora. Entretanto, a mulher será salva dando à luz filhos — se permanecerem na fé, no amor e na santidade, com bom senso. (1 Timóteo 2.11-15)
Vivemos num mundo de preconceito. Alguns pensam que os judeus são superiores aos não judeus, outros pensam que os homens são superiores às mulheres, e alguns pensam que os ricos são superiores aos pobres. O preconceito existe em toda direção, de forma que com grande amargura, alguns insistiriam que as mulheres são superiores aos homens, e outros alegariam que os pobres são superiores aos ricos, pelo menos em virtude. A solução do mundo para o preconceito é minimizar essas distinções; contudo, visto que essas distinções são inerentes ou permanentes, ou pelo menos difíceis de mudar, as distinções e o preconceito permanecem, e esses tipos diferentes de pessoas são deixadas sem qualquer princípio que as una.
A tentativa do mundo de minimizar as distinções geralmente sugere que todos os tipos de pessoas são boas. Isso é falso e tem resultado em fracasso. A abordagem da Bíblia é inteiramente diferente. Ela condena todos os tipos de pessoas como culpadas diante de Deus. Quer uma pessoa seja judeu ou não judeu, homem ou mulher, rico ou pobre, ele ou ela nasceu um pecador, um filho da ira. Não importa a qual grupo uma pessoa pertença, a Bíblia diz, “não há diferença”. Todos os homens e mulheres são desprezíveis. Mas então, ela declara Jesus Cristo como o verdadeiro princípio de unidade entre aqueles que olham para ele como Cabeça e Senhor. Nele, o judeu não é superior ao não judeu, porque nenhuma raça pode se comparar à raça da nova criação, a raça de Jesus Cristo. O homem não é superior à mulher, visto que por meio de Cristo somos todos membros de um corpo. O rico não é superior ao pobre, pois somos todos co-herdeiros das verdadeiras riquezas em Cristo Jesus.
Ao absorver as distinções humanas na verdadeira unidade por meio de Jesus Cristo, a única distinção que importa fica em primeiro plano, e essa é a distinção entre cristãos e não cristãos. A raça, sexo e classe de uma pessoa não faz nenhuma diferença quando diz respeito ao seu acesso a Deus por meio de Jesus Cristo. Mas se uma pessoa vem ou não por meio de Jesus Cristo faz a diferença decisiva, pois ele é o único caminho para Deus e para a salvação do pecado e do inferno. Dessa forma, desde o princípio, a Bíblia divide a humanidade em dois grupos principais.
Todavia, seria um engano pensar que a Escritura abole as distinções entre raça, sexo e classe. Onde relevante, ela repetidamente reforça algumas dessas distinções que Deus instituiu quer pela criação ou pela providência. Repetindo, a Bíblia não compartilha da abordagem do mundo ao promover a harmonia entre os homens. É adotando-se o pensamento do mundo na leitura de certas passagens bíblicas que alguns têm chegado ao ponto de se opor a vários ensinos proeminentes e explícitos da Escritura, como aqueles com respeito à liderança masculina no lar e na igreja.
A Bíblia de fato diz que não existe judeu e gentio, nem macho e fêmea, e assim por diante, em Cristo, mas o contexto sempre tem a ver com condenação e justificação da humanidade. Isto é, se macho ou fêmea, todos os humanos estão condenados em Adão. E quer macho ou fêmea, todos os que creem em Cristo são salvos por ele. As distinções humanas permanecem. Uma pessoa rica não perde todo o seu dinheiro simplesmente porque se torna um cristão. O dinheiro ainda lhe pertence, e ele ainda pode comprar coisas que o pobre não pode. Isso é estabelecido pela providência de Deus. Os dois estavam igualmente condenados sob Adão, e agora estão igualmente justificados, e têm acesso igual ao trono da graça. Todavia, a posição terrena deles não mudou. O mesmo se aplica à raça e sexo.
Quando diz respeito à ordem no lar, a Bíblia é clara que o homem é o cabeça da casa, e a esposa deve se submeter a ele em tudo como ao Senhor. Aqui Paulo está se referindo à ordem na casa de Deus, ou a igreja, e ele declara que os homens devem assumir a liderança, e as mulheres não devem usurpá-los. Isso poderia parecer machista de acordo com os padrões do mundo, e é patético ver como cristãos que aderem aos ensinos da Bíblia tentam, todavia, explicar como essa passagem não é machista. Por que devo me importar com os padrões do mundo? De acordo com os não cristãos – pelo menos alguns deles, visto que não há concordância entre eles – isso é de fato machista. E daí? Os padrões deles estão errados. A Bíblia diz que, por causa do seu intelecto deficiente, eles consideram o evangelho como loucura, mas nós compreendemos que ele é o poder e a sabedoria de Deus. Ao invés de convencê-los que a Bíblia não viola os padrões deles, os cristãos deveriam atacar esses padrões.
Não há nada na Escritura que proíba oportunidades de aprendizado às mulheres. Elas devem ter acesso igual aos ensinos bíblicos. Contudo, a Escritura de fato proíbe-as de assumir posições de autoridade na igreja. Isso não significa que suas oportunidades de ministério sejam muito limitadas, mas apenas que sua influência oficial é restringida, e que a obra ministerial que realizam deve ser feita sob a supervisão de liderança masculina. A esposa não pode ser a cabeça no lar sobre o marido, mas ela tem tremenda liberdade enquanto agir sob a autoridade do marido. Um princípio similar se aplica à casa de Deus.
Há uma mulher pregadora cujo ministério é internacionalmente reconhecido hoje. A organização e suas publicações estão todas sob sua autoridade. Seu marido é reduzido a um papel tão insignificante que passei anos sem sequer saber o seu nome, até que vi um pequeno anúncio na revista dela que mencionava algo sobre ele. Certa feita a ouvi falar sobre um texto bíblico que tratava da submissão feminina à liderança masculina. Ela não poderia negar as claras palavras da passagem, mas num momento ela urrou: “Eu me submeto ao meu marido!”. Após isso, a audiência estava muito assustada para discordar dela.
Uma mulher como essa é uma desgraça para Cristo, uma desonra para o seu marido, e ensina rebelião a mulheres crentes que invejam o que parece ser uma liberdade para servir a Cristo sem os impedimentos das restrições dos seus maridos. Por outro lado, alguém pode se perguntar como ela teve permissão de levar as coisas tão longe. É provável que seu marido tenha abandonado a liderança devido à personalidade mais forte dela. Embora isso poderia parecer como um ato de amor, é na verdade um ato de rebelião contra Deus, e contra a ordem que ele prescreveu para o lar e para a igreja. Tal arranjo permite que um homem tire covardemente o peso de si, mas essa é uma responsabilidade que Deus colocou sobre ele, e não sobre sua esposa. Como os líderes designados, espera-se que os homens reforcem as instruções de Deus. Dessa forma, quando as mulheres subvertem a ordem correta, os homens também são culpados. A ira de Deus não estará longe do caos e do desastre que resultarão.
Se os homens fracassam em liderar, em supervisionar e dar direção, e as mulheres não podem subvertê-los, então uma grande frustração é inevitável. Não é suficiente que os homens se oponham à liderança feminina – isso em si mesmo não é liderança. Os homens devem assumir os papéis que Deus ordenou para eles, sem medo, vergonha ou apologia, e então fazer esforços organizados para mobilizar todos os membros do corpo de Cristo para realizar a obra que Deus prescreveu para eles, homens e mulheres.
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Encontrando a Deus
por R.C. Sproul
Todos nós ouvimos evangelistas citarem Apocalipse: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo” (Ap 3.20). Geralmente o evangelista aplica esse texto com um apelo ao inconverso, dizendo: “Jesus está batendo na porta do seu coração. Se você abrir a porta, então ele entrará”. No contexto da passagem, contudo, Jesus dirigiu seus comentários à igreja. Não tratava-se de um apelo evangelístico.
E daí? O ponto é que buscar a Deus é algo que os incrédulos não podem fazer. O incrédulo não buscará a Deus. O incrédulo não baterá. Buscar a Deus é negócio de crentes. Jonathan Edwards disse: “Buscar o Reino de Deus é o principal negócio da vida cristã”. Buscar a Deus é resultado da fé, não a causa dela.
Quando somos convertidos a Cristo, usamos a linguagem de descoberta para expressar a nossa conversão. Falamos de encontrar a Cristo. Podemos ter um adesivo no qual lemos: “Eu encontrei”. Essas declarações são de fato verdadeiras. A ironia é esta: Uma vez que temos encontrado a Cristo, isso não é o fim da nossa busca, mas o princípio. Geralmente, quando encontramos o que estamos procurando, isso assinala o fim da nossa busca. Mas quando “encontramos” a Cristo, esse é o princípio da nossa busca.
A vida cristã começa na conversão; ela não termina onde começa. Ela cresce; vai de fé em fé, de graça em graça, de vida em vida. Esse movimento de crescimento é estimulado pela busca contínua por Deus.
Coram Deo: Em sua caminhada espiritual, você está se movendo de fé em fé, de graça em graça, de vida em vida? Você está continuamente buscando a Deus?
João 14.23-24: “Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.”
João 15.10: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.”
Todos nós ouvimos evangelistas citarem Apocalipse: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo” (Ap 3.20). Geralmente o evangelista aplica esse texto com um apelo ao inconverso, dizendo: “Jesus está batendo na porta do seu coração. Se você abrir a porta, então ele entrará”. No contexto da passagem, contudo, Jesus dirigiu seus comentários à igreja. Não tratava-se de um apelo evangelístico.
E daí? O ponto é que buscar a Deus é algo que os incrédulos não podem fazer. O incrédulo não buscará a Deus. O incrédulo não baterá. Buscar a Deus é negócio de crentes. Jonathan Edwards disse: “Buscar o Reino de Deus é o principal negócio da vida cristã”. Buscar a Deus é resultado da fé, não a causa dela.
Quando somos convertidos a Cristo, usamos a linguagem de descoberta para expressar a nossa conversão. Falamos de encontrar a Cristo. Podemos ter um adesivo no qual lemos: “Eu encontrei”. Essas declarações são de fato verdadeiras. A ironia é esta: Uma vez que temos encontrado a Cristo, isso não é o fim da nossa busca, mas o princípio. Geralmente, quando encontramos o que estamos procurando, isso assinala o fim da nossa busca. Mas quando “encontramos” a Cristo, esse é o princípio da nossa busca.
A vida cristã começa na conversão; ela não termina onde começa. Ela cresce; vai de fé em fé, de graça em graça, de vida em vida. Esse movimento de crescimento é estimulado pela busca contínua por Deus.
Coram Deo: Em sua caminhada espiritual, você está se movendo de fé em fé, de graça em graça, de vida em vida? Você está continuamente buscando a Deus?
João 14.23-24: “Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.”
João 15.10: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.”
terça-feira, 18 de agosto de 2009
O Evangelho para Todos os Grupos
Publicado em 11 de agosto de 2009 – 20:35
por Vincent Cheung
Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homenssejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. (1 Timóteo 2.3-4)
Há uma forte ênfase no Novo Testamento que, num sentido específico, o evangelho é para “todos os homens” e que Deus deseja salvar “todos os homens”. E é claro em que sentido isso é verdade. Contudo, essa ênfase tem sido com frequência distorcida, pois muitas pessoas são descuidadas e desonestas ao manusear a Escritura, de forma que falham em respeitar os contextos das passagens e considerar os motivos bíblicos que são relevantes para sua interpretação apropriada.
Para ilustrar, a Bíblia ensina que o braço de Deus não é curto. Seria ingênuo inferir a partir disso que Deus tem um braço físico, ou mesmo um corpo físico. Tal inferência não considera seriamente o texto da Escritura, mas sim desrespeita todo o testemunho da Escritura sobre a natureza de Deus, que ele é espírito, e que ele não tem forma e substância física. Quando o texto é lido em relação ao todo da Escritura, torna-se óbvio que a expressão é apenas uma metáfora para dizer que o poder de Deus é forte e sua influência extensa.
Estamos agora interessados em dois detalhes na declaração de Paulo. O primeiro é sua menção do desejo de Deus, e o segundo é o significado de “todos os homens”. Não podemos lidar com todos os detalhes nesta breve reflexão sobre o texto, mas podemos chegar a uma conclusão que seja clara o suficiente para nos capacitar captar sua lição principal.
A Bíblia ensina que Deus decreta tudo o que ele deseja, e realiza tudo o que decreta. Em outras palavras, se Deus deseja algo, isso certamente acontecerá. Ninguém pode resistir ao seu poder. Ninguém pode frustrar o seu plano. Portanto, se Deus deseja salvar “todos os homens” nesse sentido – isto é, no sentido que ele decretou – então “todos os homens” seriam salvos sem dúvida.
Outra interpretação possível para o desejo de Deus nesse versículo é que Paulo está se referindo ao mandamento moral de Deus. Um mandamento moral é somente uma definição de certo e errado, e de obrigação. Ele não especifica o que Deus decidiu que acontecerá ou o que ele fará que ocorra. Quando Paulo disse aos atenienses que Deus agora ordena que todos os homens de todos os lugares se arrependam, ele não quis dizer que Deus faz com que todos os homens de todos os lugares se arrependam, mas que Deus exige que todos os homens de todos os lugares se arrependam. Sem dúvida, o arrependimento tem sido uma exigência desde o princípio, mas até então Deus não tinha feito a exigência ser publicada a todos os homens de todos os lugares.
Então, há também dois significados possíveis para “todos os homens”. Paulo poderia estar se referindo a todos os indivíduos, ou cada pessoa individual em toda a História. Ou, ele poderia estar falando em harmonia com o restante da Bíblia e, dessa forma, referindo-se a todos os tipos de indivíduos, isto é, indivíduos de toda raça, gênero, classe e outras classificações. O que ele quer dizer aqui afeta também o possível significado para o desejo de Deus. Em particular, se Paulo está se referindo a todos os indivíduos, então, ele não pode estar se referindo ao decreto de Deus quando diz que Deus deseja salvar todos os homens. E isso porque o decreto de Deus é sempre eficaz. Se Deus decreta salvar todos os indivíduos, então todos os indivíduos serão salvos. Mas muitas passagens da Escritura nos informam que milhares de milhares de indivíduos não serão salvos; portanto, se Paulo está se referindo a todos os indivíduos, então ele não pode estar se referindo também ao decreto de Deus. Essa combinação é impossível.
Se Paulo está se referindo a todos os indivíduos, isso deve se referir ao mandamento moral de Deus. Isto é, se Paulo está se referindo a todos os indivíduos, então ele está estabelecendo o ponto que é mandamento de Deus que todos os indivíduos creiam no evangelho. Isso é verdade porque Deus de fato exige que toda pessoa creia no evangelho. Contudo, a combinação é improvável nesse versículo, pois essa não é a linguagem que Paulo usa. Ele não diz que Deus “deseja” que todos os homens creiam, mas que ele “deseja” que todos os homens sejam salvos. Se ele tivesse em mente uma obrigação moral, então a linguagem de fé e arrependimento seriam mais apropriadas, e essa é a linguagem que ele usou com os atenienses. Visto que é improvável que Paulo esteja se referindo ao mandamento moral de Deus, é improvável que ele esteja dizendo aqui que Deus agora exige que todos os tipos de pessoas sejam salvos.
A única combinação que se encaixa com o texto é que Paulo está se referindo ao decreto de Deus, não à exigência moral de Deus, e que ele está se referindo ao seu decreto sobre todos os tipos de pessoas, não todos os indivíduos. Em outras palavras, é o decreto de Deus que todos os tipos de pessoas serão salvos e chegarão ao conhecimento da verdade. Porque esse é o seu decreto, isso é o que acontecerá, e de fato isso é o que vem acontecendo desde o tempo dos apóstolos. Isso não apenas combina com a ênfase do restante do Novo Testamento, mas é também consistente com o contexto imediato. Quando Paulo diz que os crentes deveriam orar “por todos os homens”, ele quis dizer todos os tipos de pessoas, não somente os pobres e oprimidos, mas também “pelos reis e por todos os que exercem autoridade”. Então, uns poucos versículos mais tarde Paulo escreve que ele é um mestre aos gentios, o que é consistente com sua ênfase constante que a verdade não é ensinada somente aos judeus.
O Novo Testamento repetidamente se opõe às restrições que as pessoas colocam sobre o escopo da salvação, e compele-os a alargar o seu pensamento. As pessoas abrigam essas restrições em suas mentes por causa de preconceito, elitismo, tradição e assim por diante, mas elas não se aplicam a indivíduos como tais, mas a grupos inteiros de pessoas definidos por raça, gênero, classe ou alguma outra coisa. Em outras palavras, quando a Bíblia ensina sobre a profundidade da misericórdia de Deus, ela não tem em mente um debate de “alguns indivíduos vs. todos os indivíduos”, mas um debate “alguns grupos vs. todos os grupos”.
De fato, quando diz respeito a indivíduos, a Bíblia insiste que Deus não deseja e não decretou salvar todos os indivíduos. Em Romanos 9, ela inclusive diz que Deus criou deliberadamente alguns indivíduos para a destruição, e decretou individualmente sua condenação. Assim, o contraste “alguns indivíduos vs. todos os indivíduos” não está em consideração em nossa passagem, e nunca está em vista quando ela diz que Deus quer “todos” sejam salvos.
Muitas pessoas são alheias a forma como os escritores bíblicos pensam, e dessa forma impõe suas próprias categorias ao texto. O pensamento deles está sempre ocupado com a salvação de indivíduos, e eles assumem que quando a Bíblia diz “todos os homens”, isso quer dizer todos os indivíduos. Ao usar a Escritura para promover sua agenda privada, eles subvertem sua intenção e significado verdadeiro, roubando-a de sua força e sabedoria, e enquanto isso pensam estar prestando serviço a Deus ao promover a falsa doutrina que ele deseja salvar todos os indivíduos. Por outro lado, a preocupação real dos apóstolos era derrubar os preconceitos dos homens, e corrigir sua atitude sobre os tipos de pessoas que Deus decidiu salvar por seu Filho Jesus Cristo.
Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto - Agosto/2009
http://www.vincentcheung.com/
por Vincent Cheung
Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homenssejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. (1 Timóteo 2.3-4)
Há uma forte ênfase no Novo Testamento que, num sentido específico, o evangelho é para “todos os homens” e que Deus deseja salvar “todos os homens”. E é claro em que sentido isso é verdade. Contudo, essa ênfase tem sido com frequência distorcida, pois muitas pessoas são descuidadas e desonestas ao manusear a Escritura, de forma que falham em respeitar os contextos das passagens e considerar os motivos bíblicos que são relevantes para sua interpretação apropriada.
Para ilustrar, a Bíblia ensina que o braço de Deus não é curto. Seria ingênuo inferir a partir disso que Deus tem um braço físico, ou mesmo um corpo físico. Tal inferência não considera seriamente o texto da Escritura, mas sim desrespeita todo o testemunho da Escritura sobre a natureza de Deus, que ele é espírito, e que ele não tem forma e substância física. Quando o texto é lido em relação ao todo da Escritura, torna-se óbvio que a expressão é apenas uma metáfora para dizer que o poder de Deus é forte e sua influência extensa.
Estamos agora interessados em dois detalhes na declaração de Paulo. O primeiro é sua menção do desejo de Deus, e o segundo é o significado de “todos os homens”. Não podemos lidar com todos os detalhes nesta breve reflexão sobre o texto, mas podemos chegar a uma conclusão que seja clara o suficiente para nos capacitar captar sua lição principal.
A Bíblia ensina que Deus decreta tudo o que ele deseja, e realiza tudo o que decreta. Em outras palavras, se Deus deseja algo, isso certamente acontecerá. Ninguém pode resistir ao seu poder. Ninguém pode frustrar o seu plano. Portanto, se Deus deseja salvar “todos os homens” nesse sentido – isto é, no sentido que ele decretou – então “todos os homens” seriam salvos sem dúvida.
Outra interpretação possível para o desejo de Deus nesse versículo é que Paulo está se referindo ao mandamento moral de Deus. Um mandamento moral é somente uma definição de certo e errado, e de obrigação. Ele não especifica o que Deus decidiu que acontecerá ou o que ele fará que ocorra. Quando Paulo disse aos atenienses que Deus agora ordena que todos os homens de todos os lugares se arrependam, ele não quis dizer que Deus faz com que todos os homens de todos os lugares se arrependam, mas que Deus exige que todos os homens de todos os lugares se arrependam. Sem dúvida, o arrependimento tem sido uma exigência desde o princípio, mas até então Deus não tinha feito a exigência ser publicada a todos os homens de todos os lugares.
Então, há também dois significados possíveis para “todos os homens”. Paulo poderia estar se referindo a todos os indivíduos, ou cada pessoa individual em toda a História. Ou, ele poderia estar falando em harmonia com o restante da Bíblia e, dessa forma, referindo-se a todos os tipos de indivíduos, isto é, indivíduos de toda raça, gênero, classe e outras classificações. O que ele quer dizer aqui afeta também o possível significado para o desejo de Deus. Em particular, se Paulo está se referindo a todos os indivíduos, então, ele não pode estar se referindo ao decreto de Deus quando diz que Deus deseja salvar todos os homens. E isso porque o decreto de Deus é sempre eficaz. Se Deus decreta salvar todos os indivíduos, então todos os indivíduos serão salvos. Mas muitas passagens da Escritura nos informam que milhares de milhares de indivíduos não serão salvos; portanto, se Paulo está se referindo a todos os indivíduos, então ele não pode estar se referindo também ao decreto de Deus. Essa combinação é impossível.
Se Paulo está se referindo a todos os indivíduos, isso deve se referir ao mandamento moral de Deus. Isto é, se Paulo está se referindo a todos os indivíduos, então ele está estabelecendo o ponto que é mandamento de Deus que todos os indivíduos creiam no evangelho. Isso é verdade porque Deus de fato exige que toda pessoa creia no evangelho. Contudo, a combinação é improvável nesse versículo, pois essa não é a linguagem que Paulo usa. Ele não diz que Deus “deseja” que todos os homens creiam, mas que ele “deseja” que todos os homens sejam salvos. Se ele tivesse em mente uma obrigação moral, então a linguagem de fé e arrependimento seriam mais apropriadas, e essa é a linguagem que ele usou com os atenienses. Visto que é improvável que Paulo esteja se referindo ao mandamento moral de Deus, é improvável que ele esteja dizendo aqui que Deus agora exige que todos os tipos de pessoas sejam salvos.
A única combinação que se encaixa com o texto é que Paulo está se referindo ao decreto de Deus, não à exigência moral de Deus, e que ele está se referindo ao seu decreto sobre todos os tipos de pessoas, não todos os indivíduos. Em outras palavras, é o decreto de Deus que todos os tipos de pessoas serão salvos e chegarão ao conhecimento da verdade. Porque esse é o seu decreto, isso é o que acontecerá, e de fato isso é o que vem acontecendo desde o tempo dos apóstolos. Isso não apenas combina com a ênfase do restante do Novo Testamento, mas é também consistente com o contexto imediato. Quando Paulo diz que os crentes deveriam orar “por todos os homens”, ele quis dizer todos os tipos de pessoas, não somente os pobres e oprimidos, mas também “pelos reis e por todos os que exercem autoridade”. Então, uns poucos versículos mais tarde Paulo escreve que ele é um mestre aos gentios, o que é consistente com sua ênfase constante que a verdade não é ensinada somente aos judeus.
O Novo Testamento repetidamente se opõe às restrições que as pessoas colocam sobre o escopo da salvação, e compele-os a alargar o seu pensamento. As pessoas abrigam essas restrições em suas mentes por causa de preconceito, elitismo, tradição e assim por diante, mas elas não se aplicam a indivíduos como tais, mas a grupos inteiros de pessoas definidos por raça, gênero, classe ou alguma outra coisa. Em outras palavras, quando a Bíblia ensina sobre a profundidade da misericórdia de Deus, ela não tem em mente um debate de “alguns indivíduos vs. todos os indivíduos”, mas um debate “alguns grupos vs. todos os grupos”.
De fato, quando diz respeito a indivíduos, a Bíblia insiste que Deus não deseja e não decretou salvar todos os indivíduos. Em Romanos 9, ela inclusive diz que Deus criou deliberadamente alguns indivíduos para a destruição, e decretou individualmente sua condenação. Assim, o contraste “alguns indivíduos vs. todos os indivíduos” não está em consideração em nossa passagem, e nunca está em vista quando ela diz que Deus quer “todos” sejam salvos.
Muitas pessoas são alheias a forma como os escritores bíblicos pensam, e dessa forma impõe suas próprias categorias ao texto. O pensamento deles está sempre ocupado com a salvação de indivíduos, e eles assumem que quando a Bíblia diz “todos os homens”, isso quer dizer todos os indivíduos. Ao usar a Escritura para promover sua agenda privada, eles subvertem sua intenção e significado verdadeiro, roubando-a de sua força e sabedoria, e enquanto isso pensam estar prestando serviço a Deus ao promover a falsa doutrina que ele deseja salvar todos os indivíduos. Por outro lado, a preocupação real dos apóstolos era derrubar os preconceitos dos homens, e corrigir sua atitude sobre os tipos de pessoas que Deus decidiu salvar por seu Filho Jesus Cristo.
Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto - Agosto/2009
http://www.vincentcheung.com/
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Novidades
A partir da semana que vem estarei postando artigos referente a Deus, digo um estudo sobre Deus e a sua natureza, caso você tenha interessa de outro assunto, escreva para mim.
marcoscristian@ibest.com.br
marcoscristian@ibest.com.br
quarta-feira, 22 de julho de 2009
REUNIONES DE ORACIÓN
Por
Charles G. Finney
"Y cualquier cosa que pidáis al Padre en mi nombre, la haré, para que el Padre sea glorificado en el Hijo. Si me pedls algo en mi nombre, yo lo haré." (Juan 14:13,14.)
1. Dios nos ha hecho de tal forma, y tal es la operación de su gracia, que somos seres que sentimos afinidad unos por otros, nos comunicamos los sentimientos. Un ministro, por ejemplo, con frecuencia, inspirará sus propios sentimientos a toda la congregación. El Espíritu de Dios que inspira su alma, hace uso de los sentimientos para influir en sus oyentes, tal como hace uso de las palabras que predica. Del mismo modo usa Dios los sentimientos de los cristianos. No hay nada más apropiado para inspirar un espíritu de oración que el unirse en oración conjunta con otro que tiene el Espíritu él mismo; a menos que éste esté tan adelantado que su oración sea una repulsa para el resto. Su oración despertará a los otros, siempre que no estén a demasiada distancia, atrás, como para alterarse y resistirle. Si están más o menos a la misma altura en los sentimientos, su espíritu los alumbrará, los encenderá y el fuego se esparcerá alrededor. Un individuo que posee el espíritu de oración, a veces, levanta a una iglesia entera, y extiende el mismo espíritu alrededor, de lo que resulta un avivamiento general.
2. Deja la reunión al Espíritu de Dios. Que los que desean orar, oren. Si el lider ve algo que haya que enderezar, que lo haga notar, libremente y con amabiliidad, y una vez rectificado, que se siga. Sólo que hay que ser cuidadoso de decir lo que sea en el momento oportuno, para no interrumpir el curso del sentimiento, o apartar los pensamientos de las personas del tema apropiado.
3. Generalmente, los hay siempre que oran largo rato en una reunión, no porque tengan el espíritu de oración, sino porque no lo tienen. Son personas que van desenvolviendo una oración interminable, diciéndole a Dios quién es y qué es, o bien despliegan al orar todo un sistema teológico. Algunos predican; otros exhortan al pueblo, hasta que todo el mundo desea que se callen, y Dios también, supongo. Deberían ir al grano, orar por lo que tienen que orar, y no seguir la imaginación de sus corazones por todo el universo.
Cosas que pueden destruir una reunión de Oración.
4. Cuando hay una falta de confianza en el líder, no hay que esperar ninguna bendición. Sea por la causa que sea, aunque no tenga la culpa, el hecho es que el que dirige una reunión puede impedir toda bendición. He presenciado esto en iglesias, en que había algún anciano o diácono desgradable (quizá con razón, quizá no) que dirigía, y la reunión moría bajo su infiuencia. Si hay una falta de confianza con respecto a la piedad, capacidad, juicio o lo que sea, relacionada con la dirección de una reunión, todo lo que esta persona diga o haga caerá en el suelo. Lo mismo se puede decir que ocurre en una iglesia que ha perdido la confianza en el ministro.
5. Hay personas que llegan tarde a la reunión. Esto es un gran estorbo. Cuando se ha empezado a orar, y la atención está concentrada, con los ojos cerrados y la mente abierta, y en medio de una oración, alguien abre la puerta y atraviesa la habitación. Algunos miran y su mente se distrae. Cuando tratan de concentrarse otra vez, entra otro, y así sucesivamente. Yo creo que el diablo no se preocupará mucho del número de personas que asistan a una reunión de oración, con tal que lleguen después que haya empezado la reunión. Yo creo que, en realidad, está contento que vayan muchos así, para que pueda mantener distraídos a todos, escurriéndose entre los demás y buscando un asiento, para tener a todo el mundo distraído.
6. Si se canta demasiado, esto estorba la reunión. El espíritu que siente agonía por orar, no lleva a las aimas a cantar. Hay tiempo para todo, tiempo para cantar y tiempo para orar. Pero si sé lo que es sufrir dolores de parto por las almas, los cristianos nunca tienen menos ganas de cantar que cuando tienen el espíritu de oración por los pecadores.
7. Con frecuencia la reunión de oración sufre daño porque los decién convertidos son llamados a cantar himnos gozosos. Esto es altamente inapropiado en una reunión de oración. No es el momento de que se entusiasmen en gozoso canto cuando hay tantos pecadores alrededor, y sus propios antiguos amigos, que avanzan en dirección al infierno. Un avivamiento se ve con frecuencia amortecido cuando la iglesia y el ministro se dejan llevar por el impulso de cantar con los recién convertidos. Pues, al cesar de orar, para gozarse cuando tendrían que sentir más y más por los pecadores, agravian el Espíritu de Dios, y pronto se encuentran que su intenso deseo y agonía por las almas se han desvanecido.
8. Las reuniones de oración son, con frecuencia, demasiado largas. Habría que terminarlas cuando los cristianos todavía sienten interés, y no dejar que se deshilvanen hasta que todo interés ha muerto y el espíritu de oración ha desaparecido.
Todo ministro debería saber que si descuida las reuniones de oración, toda su labor es en vano. A menos que consiga creyentes que asistan alas reuniones de oración, todo lo demás que haga no va a mejorar la condición espiritual de su iglesia.
9. Las reuniones de oración son las reuniones más dificiles de mantener, y sin duda ha de ser así. Son tan espirituales que, a menos que el líder esté especialmente preparado, su corazón y su mente, pronto van a disminuir. Es en vano que el líder se queje que los miembros de la iglesia no asisten. De diez casos, nueve es el líder el que tiene la culpa de que no haya asistencia. Si él tuviera los sentimientos que debe tener, los miembros encontrarían la reunión tan interesante que asistirían de modo natural. Si es tan frío y aburrido, y falto de espiritualidad que enfría a todo el mundo, no es de extrañar que los miembros no asistan a las reuniones. Hay quejas por parte de los diáconos u otras personas a cargo de las reuniones que hay falta de asistencia a las mismas, pero la verdad es que son ellos los que con su frialdad hielan de muerte a todos los que asisten.
10. El gran objetivo de todos los medios de gracia es la conversión de los pecadores. Deberias orar para que se convirtieran allí. No ores para que sean despertados y redargüidos, sino para que se conviertan allí mismo. Nadie debería orar, o hacer algún comentario de modo que diera la impresión de que considera que algunos pecadores saldrán de allí sin haber dado su corazón a Dios. Hay que dar la impresión en su mente de que es en aquel momento que han de entregarse. Si tienes esto en cuenta cuando cuando oras, Dios escuchará.
Charles G. Finney
"Y cualquier cosa que pidáis al Padre en mi nombre, la haré, para que el Padre sea glorificado en el Hijo. Si me pedls algo en mi nombre, yo lo haré." (Juan 14:13,14.)
1. Dios nos ha hecho de tal forma, y tal es la operación de su gracia, que somos seres que sentimos afinidad unos por otros, nos comunicamos los sentimientos. Un ministro, por ejemplo, con frecuencia, inspirará sus propios sentimientos a toda la congregación. El Espíritu de Dios que inspira su alma, hace uso de los sentimientos para influir en sus oyentes, tal como hace uso de las palabras que predica. Del mismo modo usa Dios los sentimientos de los cristianos. No hay nada más apropiado para inspirar un espíritu de oración que el unirse en oración conjunta con otro que tiene el Espíritu él mismo; a menos que éste esté tan adelantado que su oración sea una repulsa para el resto. Su oración despertará a los otros, siempre que no estén a demasiada distancia, atrás, como para alterarse y resistirle. Si están más o menos a la misma altura en los sentimientos, su espíritu los alumbrará, los encenderá y el fuego se esparcerá alrededor. Un individuo que posee el espíritu de oración, a veces, levanta a una iglesia entera, y extiende el mismo espíritu alrededor, de lo que resulta un avivamiento general.
2. Deja la reunión al Espíritu de Dios. Que los que desean orar, oren. Si el lider ve algo que haya que enderezar, que lo haga notar, libremente y con amabiliidad, y una vez rectificado, que se siga. Sólo que hay que ser cuidadoso de decir lo que sea en el momento oportuno, para no interrumpir el curso del sentimiento, o apartar los pensamientos de las personas del tema apropiado.
3. Generalmente, los hay siempre que oran largo rato en una reunión, no porque tengan el espíritu de oración, sino porque no lo tienen. Son personas que van desenvolviendo una oración interminable, diciéndole a Dios quién es y qué es, o bien despliegan al orar todo un sistema teológico. Algunos predican; otros exhortan al pueblo, hasta que todo el mundo desea que se callen, y Dios también, supongo. Deberían ir al grano, orar por lo que tienen que orar, y no seguir la imaginación de sus corazones por todo el universo.
Cosas que pueden destruir una reunión de Oración.
4. Cuando hay una falta de confianza en el líder, no hay que esperar ninguna bendición. Sea por la causa que sea, aunque no tenga la culpa, el hecho es que el que dirige una reunión puede impedir toda bendición. He presenciado esto en iglesias, en que había algún anciano o diácono desgradable (quizá con razón, quizá no) que dirigía, y la reunión moría bajo su infiuencia. Si hay una falta de confianza con respecto a la piedad, capacidad, juicio o lo que sea, relacionada con la dirección de una reunión, todo lo que esta persona diga o haga caerá en el suelo. Lo mismo se puede decir que ocurre en una iglesia que ha perdido la confianza en el ministro.
5. Hay personas que llegan tarde a la reunión. Esto es un gran estorbo. Cuando se ha empezado a orar, y la atención está concentrada, con los ojos cerrados y la mente abierta, y en medio de una oración, alguien abre la puerta y atraviesa la habitación. Algunos miran y su mente se distrae. Cuando tratan de concentrarse otra vez, entra otro, y así sucesivamente. Yo creo que el diablo no se preocupará mucho del número de personas que asistan a una reunión de oración, con tal que lleguen después que haya empezado la reunión. Yo creo que, en realidad, está contento que vayan muchos así, para que pueda mantener distraídos a todos, escurriéndose entre los demás y buscando un asiento, para tener a todo el mundo distraído.
6. Si se canta demasiado, esto estorba la reunión. El espíritu que siente agonía por orar, no lleva a las aimas a cantar. Hay tiempo para todo, tiempo para cantar y tiempo para orar. Pero si sé lo que es sufrir dolores de parto por las almas, los cristianos nunca tienen menos ganas de cantar que cuando tienen el espíritu de oración por los pecadores.
7. Con frecuencia la reunión de oración sufre daño porque los decién convertidos son llamados a cantar himnos gozosos. Esto es altamente inapropiado en una reunión de oración. No es el momento de que se entusiasmen en gozoso canto cuando hay tantos pecadores alrededor, y sus propios antiguos amigos, que avanzan en dirección al infierno. Un avivamiento se ve con frecuencia amortecido cuando la iglesia y el ministro se dejan llevar por el impulso de cantar con los recién convertidos. Pues, al cesar de orar, para gozarse cuando tendrían que sentir más y más por los pecadores, agravian el Espíritu de Dios, y pronto se encuentran que su intenso deseo y agonía por las almas se han desvanecido.
8. Las reuniones de oración son, con frecuencia, demasiado largas. Habría que terminarlas cuando los cristianos todavía sienten interés, y no dejar que se deshilvanen hasta que todo interés ha muerto y el espíritu de oración ha desaparecido.
Todo ministro debería saber que si descuida las reuniones de oración, toda su labor es en vano. A menos que consiga creyentes que asistan alas reuniones de oración, todo lo demás que haga no va a mejorar la condición espiritual de su iglesia.
9. Las reuniones de oración son las reuniones más dificiles de mantener, y sin duda ha de ser así. Son tan espirituales que, a menos que el líder esté especialmente preparado, su corazón y su mente, pronto van a disminuir. Es en vano que el líder se queje que los miembros de la iglesia no asisten. De diez casos, nueve es el líder el que tiene la culpa de que no haya asistencia. Si él tuviera los sentimientos que debe tener, los miembros encontrarían la reunión tan interesante que asistirían de modo natural. Si es tan frío y aburrido, y falto de espiritualidad que enfría a todo el mundo, no es de extrañar que los miembros no asistan a las reuniones. Hay quejas por parte de los diáconos u otras personas a cargo de las reuniones que hay falta de asistencia a las mismas, pero la verdad es que son ellos los que con su frialdad hielan de muerte a todos los que asisten.
10. El gran objetivo de todos los medios de gracia es la conversión de los pecadores. Deberias orar para que se convirtieran allí. No ores para que sean despertados y redargüidos, sino para que se conviertan allí mismo. Nadie debería orar, o hacer algún comentario de modo que diera la impresión de que considera que algunos pecadores saldrán de allí sin haber dado su corazón a Dios. Hay que dar la impresión en su mente de que es en aquel momento que han de entregarse. Si tienes esto en cuenta cuando cuando oras, Dios escuchará.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Está Amarrado Em Nome de Jesus!
Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Tenho ouvido e lido muito a frase “Está amarrado em nome de Jesus!”. E me indago: “De onde saiu esta idéia?”.Cada vez mais as pessoas ouvem conceitos e os repetem sem análise. Um grupo de pastores não batistas me convidou para lhes falar sobre pregação, numa manhã. Lá fui.Discutiram depois sobre o aniversário da sua cidade e decidiram pedir ao Prefeito uma oportunidade para os evangélicos na ocasião. Solicitariam que todo o trânsito fosse parado, cessada toda a movimentação, e fariam uma oração, amarrando Satanás naquela cidade e declarando-a possessão do Senhor Jesus. Afinal, a palavra tem poder e a vitória devia ser declarada. Foi um alarido de concordância geral. Como visitante, timidamente, fiz uma pergunta a um deles: “Depois que vocês declararem Satanás amarrado nesta cidade e a declararem como sendo do Senhor Jesus, isso acontecerá realmente?”. “Sim!”, respondeu-me ele, titubeando. “Não haverá mais crimes, nem roubos, nem prostituição, nem drogas na cidade? Vocês podem afirmar isso?”, retornei. Foi constrangedor. Como não podia afirmar, o colega preferiu me achar incrédulo e pensar que tinham feito um mau negócio convidando um preletor batista tradicional. Foi uma saída melhor do que pensar. Aliás, pensar é problemático. Repetir chavão da moda é bem melhor.Amarra-se Satanás com uma frase? Quem disse isto? Qual a base bíblica para esta declaração tão revolucionária? Porque, se verdadeira for esta interpretação, podemos amarrá-lo para sempre! Adeus, penitenciárias, crimes, pecados! Traremos o céu para a terra com uma simples declaração! Nem o próprio Jesus fez isso!Tal idéia deve vir de Mateus 12.29 e Marcos 3.27 (deixo de lado Apocalipse 20.2 cuja análise não comporta aqui). Os dois textos tratam do mesmo evento. Lucas 11.17-23 também narra o episódio, mas omite a declaração de Mateus e Marcos: “amarrar o valente”. Convenhamos: a base é muito precária para estabelecer uma doutrina e uma prática tão revolucionárias.Jesus havia feito uma série de curas, conforme Marcos. A que mais impressiona Mateus é a do endemoninhado cego e mudo. Era o cúmulo da desgraça: não ver e não falar, além de ter demônios. Jesus o curou. Atônitos, sem ter o que dizer, os fariseus o acusaram de agir por Belzebu, divindade cananéia, cujo nome significa “Baal, o príncipe”. Esta definição do nome Belzebu fica bem clara em Marcos 3.22. Para os fariseus, Jesus não estava agindo nem mesmo por um demônio conhecido, mas por divindades estrangeiras.A resposta de Jesus, como sempre, é admirável. Se ele estivesse mancomunado com Satanás ou Belzebu (uma “divindade” pagã, para ele, é demoníaca) seria um caso de guerra civil. Satanás estaria contra Satanás. Seria uma casa dividida e uma casa dividida não subsiste. Mas ele veio pelo Espírito de Deus e com ele irrompeu o reino deDeus (Mateus 12.28). Jesus entrou num mundo dominado pelo maligno (1 João 5.19) e estabeleceu seu reino. Ele veio para libertar os oprimidos do Diabo (Atos 10.38) e destruir as obras de Satanás (1 João 3.8). Veio ao terreno dominado pelo inimigo, adentrou seus domínios e abalou seu poder. Isso é como entrar na casa do valente, amarrá-lo e tomar seus bens.Para alguns comentaristas, os bens são as pessoas dominadas por ele. Broadus pensa que se refira aos demônios dirigidos por ele e sobre quem Jesus mostrava poder. Talvez os contornos da declaração de Jesus não sejam relevantes. Parece-me haver aqui uma metáfora de um só sentido, em que as particularidades não contam. O que importa é isto: há um homem forte que tem bens. É Satanás. Um mais forte que ele, Jesus, invade seus domínios e o vence. A vitória de Jesus no deserto (Mateus 4.1-10) mostra sua superioridade sobre Satanás.É aqui que surge a expressão “amarrar o valente” (Mateus 12.29 e Marcos 3.27). Jesus fez isso. Ele limitou o poder de Satanás. Mas atenção: em lugar algum a Bíblia diz que os crentes amarram Satanás. Isso foi obra de Jesus ao irromper na história com seu reino, abalando o poder do inimigo. Crentes não amarram Satanás. A Bíblia não traz um versículo sequer dizendo que com uma simples declaração conseguimos esta proeza. É muito simplismo e pretensão de algumas pessoas presumirem que suas palavras amarram Satanás.Levanto algumas considerações para pensarem:
1a) Por que o amarram em cada culto? Ou fica amarrado para sempre ou alguém o solta! Quem o solta depois que ele é amarrado?
2a) Se ele está amarrado, quem está agindo? É impossível deixar de reconhecer que ele está solto, agindo neste mundo.
3a) Jesus estava sendo literal?
Devemos tomar a expressão como algo literal e dar-lhe um sentido universal, aplicável a todos os crentes, num sentido que Jesus não deu? Ou estava usando uma linguagem em figura para dizer que não tinha ligação alguma com Satanás, que eram adversários e que ele tinha vindo para destruir o Maligno? O próprio Jesus, que veio para amarrá-lo, foi tentado por ele (Mateus 4.1-10 e 16.23). Paulo nos adverte que é contra ele e seus asseclas que temos que lutar (Efésios 6.12). E nos aconselha a nos aparelharmos para a luta (Efésios 6.13-18). O quadro é de luta e não deste simplismo de deixar o inimigo amarrado com uma palavra.4a) Qual a base bíblica para esta afirmação? É isto que não consigo entender: como práticas que resvalam para doutrina são estabelecidas em nosso meio, apenas com tintura bíblica, mas sem embasamento? Afinal, Paulo nos aconselha a lutarmos contra ele, em vez de amarrá-lo. Tiago 4.8 e 1 Pedro 5.9 nos aconselham a resistirmos ao Diabo, em vez de amarrá-lo. Por que a Bíblia não deixa bem claro, se é possível isso, que o amarremos com uma frase de efeito?5a) Não será uma estratégia do próprio inimigo disseminar em nosso meio a idéia de sua fraqueza e que é fácil vencê-lo? Não será seu interesse que os crentes pensem que uma frase feita o impeça de agir e assim nos descuidemos de nossa vigilância?Sugeri certa vez, numa comissão doutrinária, que um semestre de Doutrina do Espírito Santo fosse incluído no currículo teológico. A terceira pessoa da Trindade ainda é pouco estudada em nosso meio, por isso tantos desvios doutrinários envolvendo-a. Creio que precisamos estudar também sobre o Diabo. Na realidade, precisamos estudar mais séria e criteriosamente a Bíblia. Fugir das novidades e “grifes” evangélicas que pululam aqui e acolá, das “descobertas” de cada dia, obra de pessoas que diariamente “redescobrem” o evangelho que jamais alguém viu em dois mil anos de cristianismo, e firmar-nos na doutrina equilibrada da Palavra de Deus. Amarremos o espírito novidadeiro, o espírito ateniense (Atos 17.21) que há em alguns (por favor, “espírito”, aqui, é linguagem figurada). Isso será bom. Haverá um pouco mais de paz doutrinária no meio das igrejas. Em outras palavras: dá pra parar de inventar?
Neopentecostalismo, Teologia Sistemática
Tenho ouvido e lido muito a frase “Está amarrado em nome de Jesus!”. E me indago: “De onde saiu esta idéia?”.Cada vez mais as pessoas ouvem conceitos e os repetem sem análise. Um grupo de pastores não batistas me convidou para lhes falar sobre pregação, numa manhã. Lá fui.Discutiram depois sobre o aniversário da sua cidade e decidiram pedir ao Prefeito uma oportunidade para os evangélicos na ocasião. Solicitariam que todo o trânsito fosse parado, cessada toda a movimentação, e fariam uma oração, amarrando Satanás naquela cidade e declarando-a possessão do Senhor Jesus. Afinal, a palavra tem poder e a vitória devia ser declarada. Foi um alarido de concordância geral. Como visitante, timidamente, fiz uma pergunta a um deles: “Depois que vocês declararem Satanás amarrado nesta cidade e a declararem como sendo do Senhor Jesus, isso acontecerá realmente?”. “Sim!”, respondeu-me ele, titubeando. “Não haverá mais crimes, nem roubos, nem prostituição, nem drogas na cidade? Vocês podem afirmar isso?”, retornei. Foi constrangedor. Como não podia afirmar, o colega preferiu me achar incrédulo e pensar que tinham feito um mau negócio convidando um preletor batista tradicional. Foi uma saída melhor do que pensar. Aliás, pensar é problemático. Repetir chavão da moda é bem melhor.Amarra-se Satanás com uma frase? Quem disse isto? Qual a base bíblica para esta declaração tão revolucionária? Porque, se verdadeira for esta interpretação, podemos amarrá-lo para sempre! Adeus, penitenciárias, crimes, pecados! Traremos o céu para a terra com uma simples declaração! Nem o próprio Jesus fez isso!Tal idéia deve vir de Mateus 12.29 e Marcos 3.27 (deixo de lado Apocalipse 20.2 cuja análise não comporta aqui). Os dois textos tratam do mesmo evento. Lucas 11.17-23 também narra o episódio, mas omite a declaração de Mateus e Marcos: “amarrar o valente”. Convenhamos: a base é muito precária para estabelecer uma doutrina e uma prática tão revolucionárias.Jesus havia feito uma série de curas, conforme Marcos. A que mais impressiona Mateus é a do endemoninhado cego e mudo. Era o cúmulo da desgraça: não ver e não falar, além de ter demônios. Jesus o curou. Atônitos, sem ter o que dizer, os fariseus o acusaram de agir por Belzebu, divindade cananéia, cujo nome significa “Baal, o príncipe”. Esta definição do nome Belzebu fica bem clara em Marcos 3.22. Para os fariseus, Jesus não estava agindo nem mesmo por um demônio conhecido, mas por divindades estrangeiras.A resposta de Jesus, como sempre, é admirável. Se ele estivesse mancomunado com Satanás ou Belzebu (uma “divindade” pagã, para ele, é demoníaca) seria um caso de guerra civil. Satanás estaria contra Satanás. Seria uma casa dividida e uma casa dividida não subsiste. Mas ele veio pelo Espírito de Deus e com ele irrompeu o reino deDeus (Mateus 12.28). Jesus entrou num mundo dominado pelo maligno (1 João 5.19) e estabeleceu seu reino. Ele veio para libertar os oprimidos do Diabo (Atos 10.38) e destruir as obras de Satanás (1 João 3.8). Veio ao terreno dominado pelo inimigo, adentrou seus domínios e abalou seu poder. Isso é como entrar na casa do valente, amarrá-lo e tomar seus bens.Para alguns comentaristas, os bens são as pessoas dominadas por ele. Broadus pensa que se refira aos demônios dirigidos por ele e sobre quem Jesus mostrava poder. Talvez os contornos da declaração de Jesus não sejam relevantes. Parece-me haver aqui uma metáfora de um só sentido, em que as particularidades não contam. O que importa é isto: há um homem forte que tem bens. É Satanás. Um mais forte que ele, Jesus, invade seus domínios e o vence. A vitória de Jesus no deserto (Mateus 4.1-10) mostra sua superioridade sobre Satanás.É aqui que surge a expressão “amarrar o valente” (Mateus 12.29 e Marcos 3.27). Jesus fez isso. Ele limitou o poder de Satanás. Mas atenção: em lugar algum a Bíblia diz que os crentes amarram Satanás. Isso foi obra de Jesus ao irromper na história com seu reino, abalando o poder do inimigo. Crentes não amarram Satanás. A Bíblia não traz um versículo sequer dizendo que com uma simples declaração conseguimos esta proeza. É muito simplismo e pretensão de algumas pessoas presumirem que suas palavras amarram Satanás.Levanto algumas considerações para pensarem:
1a) Por que o amarram em cada culto? Ou fica amarrado para sempre ou alguém o solta! Quem o solta depois que ele é amarrado?
2a) Se ele está amarrado, quem está agindo? É impossível deixar de reconhecer que ele está solto, agindo neste mundo.
3a) Jesus estava sendo literal?
Devemos tomar a expressão como algo literal e dar-lhe um sentido universal, aplicável a todos os crentes, num sentido que Jesus não deu? Ou estava usando uma linguagem em figura para dizer que não tinha ligação alguma com Satanás, que eram adversários e que ele tinha vindo para destruir o Maligno? O próprio Jesus, que veio para amarrá-lo, foi tentado por ele (Mateus 4.1-10 e 16.23). Paulo nos adverte que é contra ele e seus asseclas que temos que lutar (Efésios 6.12). E nos aconselha a nos aparelharmos para a luta (Efésios 6.13-18). O quadro é de luta e não deste simplismo de deixar o inimigo amarrado com uma palavra.4a) Qual a base bíblica para esta afirmação? É isto que não consigo entender: como práticas que resvalam para doutrina são estabelecidas em nosso meio, apenas com tintura bíblica, mas sem embasamento? Afinal, Paulo nos aconselha a lutarmos contra ele, em vez de amarrá-lo. Tiago 4.8 e 1 Pedro 5.9 nos aconselham a resistirmos ao Diabo, em vez de amarrá-lo. Por que a Bíblia não deixa bem claro, se é possível isso, que o amarremos com uma frase de efeito?5a) Não será uma estratégia do próprio inimigo disseminar em nosso meio a idéia de sua fraqueza e que é fácil vencê-lo? Não será seu interesse que os crentes pensem que uma frase feita o impeça de agir e assim nos descuidemos de nossa vigilância?Sugeri certa vez, numa comissão doutrinária, que um semestre de Doutrina do Espírito Santo fosse incluído no currículo teológico. A terceira pessoa da Trindade ainda é pouco estudada em nosso meio, por isso tantos desvios doutrinários envolvendo-a. Creio que precisamos estudar também sobre o Diabo. Na realidade, precisamos estudar mais séria e criteriosamente a Bíblia. Fugir das novidades e “grifes” evangélicas que pululam aqui e acolá, das “descobertas” de cada dia, obra de pessoas que diariamente “redescobrem” o evangelho que jamais alguém viu em dois mil anos de cristianismo, e firmar-nos na doutrina equilibrada da Palavra de Deus. Amarremos o espírito novidadeiro, o espírito ateniense (Atos 17.21) que há em alguns (por favor, “espírito”, aqui, é linguagem figurada). Isso será bom. Haverá um pouco mais de paz doutrinária no meio das igrejas. Em outras palavras: dá pra parar de inventar?
Neopentecostalismo, Teologia Sistemática
quinta-feira, 25 de junho de 2009
A força da imagem
Por: Isabel C. S. Vargas
Já mencionei minha opinião à cerca da influência que a televisão exerce na vida das pessoas, a ponto de torná-las escravas de horários, de programas, de emissoras, das mensagens diretas ou camufladas (subliminares) emitidas nos comerciais e até mesmo no desenrolar das novelas, de modo que nem percebem que aquilo está sendo absorvido, pela forma sutil (às vezes nem tanto) que são inseridas. Em decorrência deixam de ter maior convivência, mais entrosamento, momentos de diálogo e de interação com os demais membros da família.
Antigamente, toda a família reunia-se na sala para assistir televisão. Hoje, adultos, adolescentes e crianças têm aparelho nos respectivos quartos, o que favorece o distanciamento, cada um assistindo o que lhe interessa, sendo que muitas vezes assistem programas inadequados para a idade, absorvendo conteúdos de programas violentos, impróprios para a idade e consequentemente para seu grau de amadurecimento.
O diálogo torna-se raro, a influência positiva que deveria ser transmitida no convívio familiar torna-se escassa, sendo suprida de forma errônea pelos programas de televisão, no geral sem cunho educativo, formando conceitos distorcidos, transmitindo valores falsos, além de habituar a quem assiste às situações violentas, absurdas (agressão, morte, espancamento, estupro, discriminação, furtos, roubos, seqüestros, extorções, corrupção, estelionato e uma gama enorme de condutas tipificadas no Código Penal) de forma que assim acaba ocorrendo o fenômeno denominado psicoadaptação, no qual o indivíduo já não reage mais frente à ocorrência dos mesmos, porque eles se tornaram habituais, estão inseridos no cotidiano de todos.
A substituição do hábito da leitura - no qual cada um dá asas à fantasia e produz a imagem que lhe parece representar o que está lendo, desenvolvendo desta forma a imaginação - pela imagem pronta recebida através da televisão ou mesmo do computador, empobreceu a fantasia, o sonho a imaginação de cada um, assim como o vocabulário e o diálogo. Muitas vezes ocorre de compararmos a leitura de determinado livro, com o respectivo filme e verificarmos que o livro parece sempre melhor, mais completo que o filme, isto porque a imagem substitui muito do livro além de ser passada da forma que é interpretada, entendida pelo diretor e transmitida pelo ator, não correspondendo ao imaginado no desenrolar da leitura.
Por tudo isto creio que a criança parece crescer rápido demais, perdendo muito cedo o doce sabor da ilusão, da fantasia, da pureza, da ingenuidade, pela forte influência da mídia; o jovem torna-se descrente de certos valores que podem lhe parecer ultrapassados, pelo que está faltando ser passado pela família e frente às “verdades” ou realidade que lhe é transmitida pela televisão, de maneira muito forte; o adulto sente-se frustrado pela impotência de enfrentar um concorrente tão poderoso e que ao invés disto deveria ser um auxiliar na educação dos filhos; o idoso fica totalmente fora deste contexto, tão distanciado de tudo aquilo que vivenciou no passado e que se processa numa velocidade acentuada, num ritmo diferente daquele que a idade lhe permite acompanhar, entender e absorver.
A leitura, a televisão, o computador, a internet, todos os avanços tecnológicos são ótimos, devem ser valorizados, mas não podemos cultuá-los como se fossem mais importantes que os seres humanos e os relacionamentos.
É importante usá-los com discernimento e colocá-los a serviço da evolução do ser humano e de uma convivência melhor e mais fraterna.
Já mencionei minha opinião à cerca da influência que a televisão exerce na vida das pessoas, a ponto de torná-las escravas de horários, de programas, de emissoras, das mensagens diretas ou camufladas (subliminares) emitidas nos comerciais e até mesmo no desenrolar das novelas, de modo que nem percebem que aquilo está sendo absorvido, pela forma sutil (às vezes nem tanto) que são inseridas. Em decorrência deixam de ter maior convivência, mais entrosamento, momentos de diálogo e de interação com os demais membros da família.
Antigamente, toda a família reunia-se na sala para assistir televisão. Hoje, adultos, adolescentes e crianças têm aparelho nos respectivos quartos, o que favorece o distanciamento, cada um assistindo o que lhe interessa, sendo que muitas vezes assistem programas inadequados para a idade, absorvendo conteúdos de programas violentos, impróprios para a idade e consequentemente para seu grau de amadurecimento.
O diálogo torna-se raro, a influência positiva que deveria ser transmitida no convívio familiar torna-se escassa, sendo suprida de forma errônea pelos programas de televisão, no geral sem cunho educativo, formando conceitos distorcidos, transmitindo valores falsos, além de habituar a quem assiste às situações violentas, absurdas (agressão, morte, espancamento, estupro, discriminação, furtos, roubos, seqüestros, extorções, corrupção, estelionato e uma gama enorme de condutas tipificadas no Código Penal) de forma que assim acaba ocorrendo o fenômeno denominado psicoadaptação, no qual o indivíduo já não reage mais frente à ocorrência dos mesmos, porque eles se tornaram habituais, estão inseridos no cotidiano de todos.
A substituição do hábito da leitura - no qual cada um dá asas à fantasia e produz a imagem que lhe parece representar o que está lendo, desenvolvendo desta forma a imaginação - pela imagem pronta recebida através da televisão ou mesmo do computador, empobreceu a fantasia, o sonho a imaginação de cada um, assim como o vocabulário e o diálogo. Muitas vezes ocorre de compararmos a leitura de determinado livro, com o respectivo filme e verificarmos que o livro parece sempre melhor, mais completo que o filme, isto porque a imagem substitui muito do livro além de ser passada da forma que é interpretada, entendida pelo diretor e transmitida pelo ator, não correspondendo ao imaginado no desenrolar da leitura.
Por tudo isto creio que a criança parece crescer rápido demais, perdendo muito cedo o doce sabor da ilusão, da fantasia, da pureza, da ingenuidade, pela forte influência da mídia; o jovem torna-se descrente de certos valores que podem lhe parecer ultrapassados, pelo que está faltando ser passado pela família e frente às “verdades” ou realidade que lhe é transmitida pela televisão, de maneira muito forte; o adulto sente-se frustrado pela impotência de enfrentar um concorrente tão poderoso e que ao invés disto deveria ser um auxiliar na educação dos filhos; o idoso fica totalmente fora deste contexto, tão distanciado de tudo aquilo que vivenciou no passado e que se processa numa velocidade acentuada, num ritmo diferente daquele que a idade lhe permite acompanhar, entender e absorver.
A leitura, a televisão, o computador, a internet, todos os avanços tecnológicos são ótimos, devem ser valorizados, mas não podemos cultuá-los como se fossem mais importantes que os seres humanos e os relacionamentos.
É importante usá-los com discernimento e colocá-los a serviço da evolução do ser humano e de uma convivência melhor e mais fraterna.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Tendo os Líderes que Merecemos
por Rousas John Rushdoony
Porque este é um povo rebelde, filhos mentirosos, filhos que não querem ouvir a lei do SENHOR. Que dizem aos videntes: Não vejais; e aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, e vede para nós enganos. (Is 30.9-10)
Resumindo, Deus diz que um povo terá o tipo de líderes que deseja. Eles demandarão e aprovarão somente homens que falem coisas aprazíveis e profetizem promessas de mentira. De fato, diz Miqueias 2.11, se um homem com espírito de falsidade declarar que a salvação reside na embriaguez, “será esse tal o profeta deste povo”. A autoridade e liderança que o povo exige é conformidade ao caráter deles. A autoridade exercida por nossos presidentes reflete a fraqueza do caráter americano, e o mesmo é verdadeiro de todo país no mundo.
Um povo será governado por uma autoridade que se conforma à fé e caráter deles. Tentativas de reforma no legislativo e judiciário, sem uma reforma semelhante na fé do povo, são fúteis.
O recurso judicial criado por Deus não tem como objetivo eliminar o pecado; antes, ele oferece justiça a um povo que deseja justiça. O mundo todo hoje está praguejado de injustiça porque as pessoas não querem justiça, exceto quando esta servir aos seus interesses. As pessoas podem concordar que a justiça é boa, mas elas se sentem mais confortáveis sem ela. Elas estão prontas o suficiente para condenar a dívida, e admitir os males pessoais e sociais de uma dívida a longo prazo, mas ainda justificarão seus empréstimos tomados a longo prazo. Em cada ponto, o homem na verdade diz: que o mundo seja bom, para que eu possa ser mais livre e estar mais seguro em meu pecado e egoísmo.
Se as pessoas hoje desejassem verdadeiramente a justiça, nós a teríamos. Se desejássemos um presidente piedoso, teríamos um. Contudo, em todo o mundo, vemos apenas os líderes perversos como os mais fortes. Aparentemente, o que os homens menos desejam é uma ordem social justa, porque isso requer que eles sejam justos em primeiro lugar.
A lei de Deus fornece justiça e autoridade verdadeira àquelas pessoas que desejam isso.
Fonte: R. J. Rushdoony, Systematic Theology in Two Volumes (Vallecito, CA: Ross House Books, 1994), 1192.Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
Porque este é um povo rebelde, filhos mentirosos, filhos que não querem ouvir a lei do SENHOR. Que dizem aos videntes: Não vejais; e aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, e vede para nós enganos. (Is 30.9-10)
Resumindo, Deus diz que um povo terá o tipo de líderes que deseja. Eles demandarão e aprovarão somente homens que falem coisas aprazíveis e profetizem promessas de mentira. De fato, diz Miqueias 2.11, se um homem com espírito de falsidade declarar que a salvação reside na embriaguez, “será esse tal o profeta deste povo”. A autoridade e liderança que o povo exige é conformidade ao caráter deles. A autoridade exercida por nossos presidentes reflete a fraqueza do caráter americano, e o mesmo é verdadeiro de todo país no mundo.
Um povo será governado por uma autoridade que se conforma à fé e caráter deles. Tentativas de reforma no legislativo e judiciário, sem uma reforma semelhante na fé do povo, são fúteis.
O recurso judicial criado por Deus não tem como objetivo eliminar o pecado; antes, ele oferece justiça a um povo que deseja justiça. O mundo todo hoje está praguejado de injustiça porque as pessoas não querem justiça, exceto quando esta servir aos seus interesses. As pessoas podem concordar que a justiça é boa, mas elas se sentem mais confortáveis sem ela. Elas estão prontas o suficiente para condenar a dívida, e admitir os males pessoais e sociais de uma dívida a longo prazo, mas ainda justificarão seus empréstimos tomados a longo prazo. Em cada ponto, o homem na verdade diz: que o mundo seja bom, para que eu possa ser mais livre e estar mais seguro em meu pecado e egoísmo.
Se as pessoas hoje desejassem verdadeiramente a justiça, nós a teríamos. Se desejássemos um presidente piedoso, teríamos um. Contudo, em todo o mundo, vemos apenas os líderes perversos como os mais fortes. Aparentemente, o que os homens menos desejam é uma ordem social justa, porque isso requer que eles sejam justos em primeiro lugar.
A lei de Deus fornece justiça e autoridade verdadeira àquelas pessoas que desejam isso.
Fonte: R. J. Rushdoony, Systematic Theology in Two Volumes (Vallecito, CA: Ross House Books, 1994), 1192.Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Lidando com alunos problemáticos
Rousas J. Rushdoony
Se partirmos de premissas falsas, sempre falsificaremos e
interpretaremos mal todos os problemas que enfrentamos. Em lugar de
resolver nossos problemas, os agravaremos. As escolas estatais são
cada vez menos competentes em lidar com os problemas do
comportamento delinqüente porque raciocinam a partir de premissas
falsas. Como resultado, não conseguem compreender a natureza do
problema que enfrentam.
No final dos anos 1960, o Comitê sobre a Violência do
Departamento de Psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade de
Standford estudou o problema da violência no mundo moderno. Nem
uma só vez em seu simpósio sobre Violência e a Batalha pela Existência
o pecado foi considerado a causa primária da violência. Ao invés disso,
em termos evolutivos, encararam a violência como um aspecto da luta
do homem por adaptar-se e relacionar-se com o meio. Na verdade,
viram como um fator “significativo”, como algo que contribuía para a
violência social, todas aquelas restrições relacionadas ao “castigo da
relação sexual extramarital”. Em outras palavras, os padrões morais
cristãos promoviam a violência!1
Tais opiniões, atribuindo a delinqüência e a violência a fatores
ambientais ou evolutivos, são bastante freqüentes. Um cristão professo,
diretor de uma escola estatal, me disse que toda a delinqüência tinha
sua origem no ambiente e na herança genética. Quando citei numerosos
exemplos que desmentiam sua tese, incluindo o exemplo de uma jovem
nascida em uma família absurdamente depravada e que foi violentada
várias vezes por membros ou amigos da família quando era criança e
ainda adolescente, e de como chegou a se tornar uma mulher e mãe
cristã feliz após sua conversão, ele me disse que era “ilegítimo”
introduzir a teologia nos problemas sociais! Se a palavra e o poder de
Deus não governam todas as áreas da vida, então Ele não é Deus.
O problema primário de toda a delinqüência em qualquer idade
sempre é o pecado. Em qualquer caso de pecado impenitente, a Bíblia
dá à igreja uma responsabilidade bem definida: a excomunhão.
...Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?
Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de
fato, sem fermento. (1Co. 5:6-7)
Paulo está descrevendo aqui a necessidade de expulsar, pela autoridade
de Deus, os delinqüentes, os pecadores. Suas palavras se aplicam a
todas as instituições cristãs, à escola bem como à família. Um costume
do judaísmo ortodoxo, agora menos praticado, que tem profundas
raízes no Antigo Testamento e na família, celebrava um funeral para
qualquer membro apóstata, e, a menos que ele se arrependesse, era
considerado morto para todos os efeitos práticos.
Várias escolas cristãs andam tropegamente por causa de sua
desobediência à Escritura neste ponto. Por não expulsarem o
impenitente, permitem a corrupção de todo o corpo estudantil.
Ademais, é importante que reconheçamos o que significa
arrependimento na Bíblia. A palavra em grego é metanoia; significa uma
mudança de rumo, de vida, de direção, de pensamento e de conduta. O
arrependimento na Bíblia não é uma questão de dizer somente “me
arrependo” ou “lamento”, mas significa uma mudança total de vida, do
pecado e impiedade para a fé e a justiça.2
A instrução em uma escola cristã se efetiva em termos dessa vida
de fé, justiça e serviço a Deus por meio desse conhecimento. Há um
lugar legítimo para os filhos dos incrédulos na escola cristã, porém não
há lugar para uma criança delinqüente, não importa de que lar tenha
vindo. Em alguns casos, a criança pecaminosa provém de um professor
da própria escola. Em todos e em cada um dos casos, a integridade da
escola requer um tratamento firme do problema, e se necessário, a
expulsão.
A desculpa mais comum dada pelos pais é que, de alguma
maneira, a culpa é do professor e que “o professor não compreende
meu filho”. É preciso lidar com estes argumentos de maneira firme.
Primeiro, nenhum professor é perfeito, e portanto impecável ao tratar
com uma criança. Isto está fora de questão. O estudante tem a
responsabilidade de ser obediente e receptivo na sala de aula,
independentemente do professor, e o pai tem a obrigação de exigir isto
de seu filho. Segundo, não é obrigação do professor “compreender” a
criança mas, sim, instruí-la. Só uns poucos professores me
compreenderam, se é que algum o fez, e às vezes isso era doloroso.
Contudo, todos me ensinaram, e fui eu quem saiu ganhando.
Além disso, os pais necessitam ouvir, de forma firme mas amável,
que há uma diferença entre defender seu filho e ajudá-lo. Muitas vezes
se defende melhor uma criança do pecado castigando-a. Ajudamos mais
aos nossos filhos quando lhes dirigimos para verem que devem se
conformar ao padrão de Deus, não ao do mundo ou a padrões pessoais.
A escola, a criança e os pais sofrem quando não se trata com o pecado
de uma criança a partir das Escrituras. Um jovem com um Q.I. elevado,
nascido de pais brilhantes, vive hoje com um soldo muito precário que
exige que sua esposa trabalhe fora. Ele foi expulso da universidade.
Seus pais, devido à proeminência que tinham nos círculos cristãos e à
tola obstinação em defender seu filho, nunca estiveram dispostos a
enfrentar a verdade com respeito a ele, e quase nenhum professor de
nenhuma escola cristã se atreveu a fazê-lo. O que se atreveu a fazê-lo
não recebeu apoio por parte do diretor nem do pastor. O resultado foi
uma vida desperdiçada, dois pais amargurados, e uma quantidade de
anos de sofrimento para alguns professores. Neste caso, o pecado do
filho foi agravado pelos pais, professores, diretor e pelo pastor. Todos
pecaram contra o Senhor, e contra outras crianças, cuja aprendizagem
foi prejudicada por um garoto malcriado. Pecamos quando não
enfrentamos o pecado como pecado. Pecamos quando fazemos vista
grossa para o pecado e o chamamos com nomes como “hiperatividade”.
O pecado de uma criança não deve ser ocasião para o pecado de todo o
corpo da escola.
O Senhor não abençoa nossos pecados, mas nossa fidelidade. Foi
o pecado de Adão o que conduziu à queda e ao sofrimento do homem.
O pecado ainda é nosso inimigo primário. Uma escola cristã não deve
ser delinqüente ao tratar com o problema do pecado.
As razões mais comuns para justificar o fracasso de não tratar
com o pecado dos estudantes são, primeira, o medo de perdas
financeiras. A perda financeira pode ser real, porém a questão tem a ver
com prioridades. O que é mais importante: o rendimento financeiro, ou
a benção do Senhor e o bem-estar da escola? Ademais, a escola que
tolera o pecado sofrerá financeiramente no longo prazo.
Segundo, o medo dos pais, geralmente por serem pessoas de
renome na comunidade. Se formos governados por tal temor, então
seremos governados por tais pessoas na escola. Perderemos o direito à
autoridade na escola ante as crianças malcriadas e os pais a quem elas
controlam.
Terceiro, há o fato da covardia moral. Tratar com problemas
difíceis geralmente é doloroso, porém as conseqüências da covardia
moral são muito mais dolorosas.
O pecado é o problema básico do homem. Não podemos evitar
tratar com ele em nós mesmos, ou em qualquer área da vida. A escola
cristã deve sempre estar preparada para confrontá-lo.
Tradução: Márcio Santana SobrinhoFonte: The Philosophy of the Christian Curriculum, p. 124-127
Se partirmos de premissas falsas, sempre falsificaremos e
interpretaremos mal todos os problemas que enfrentamos. Em lugar de
resolver nossos problemas, os agravaremos. As escolas estatais são
cada vez menos competentes em lidar com os problemas do
comportamento delinqüente porque raciocinam a partir de premissas
falsas. Como resultado, não conseguem compreender a natureza do
problema que enfrentam.
No final dos anos 1960, o Comitê sobre a Violência do
Departamento de Psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade de
Standford estudou o problema da violência no mundo moderno. Nem
uma só vez em seu simpósio sobre Violência e a Batalha pela Existência
o pecado foi considerado a causa primária da violência. Ao invés disso,
em termos evolutivos, encararam a violência como um aspecto da luta
do homem por adaptar-se e relacionar-se com o meio. Na verdade,
viram como um fator “significativo”, como algo que contribuía para a
violência social, todas aquelas restrições relacionadas ao “castigo da
relação sexual extramarital”. Em outras palavras, os padrões morais
cristãos promoviam a violência!1
Tais opiniões, atribuindo a delinqüência e a violência a fatores
ambientais ou evolutivos, são bastante freqüentes. Um cristão professo,
diretor de uma escola estatal, me disse que toda a delinqüência tinha
sua origem no ambiente e na herança genética. Quando citei numerosos
exemplos que desmentiam sua tese, incluindo o exemplo de uma jovem
nascida em uma família absurdamente depravada e que foi violentada
várias vezes por membros ou amigos da família quando era criança e
ainda adolescente, e de como chegou a se tornar uma mulher e mãe
cristã feliz após sua conversão, ele me disse que era “ilegítimo”
introduzir a teologia nos problemas sociais! Se a palavra e o poder de
Deus não governam todas as áreas da vida, então Ele não é Deus.
O problema primário de toda a delinqüência em qualquer idade
sempre é o pecado. Em qualquer caso de pecado impenitente, a Bíblia
dá à igreja uma responsabilidade bem definida: a excomunhão.
...Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?
Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de
fato, sem fermento. (1Co. 5:6-7)
Paulo está descrevendo aqui a necessidade de expulsar, pela autoridade
de Deus, os delinqüentes, os pecadores. Suas palavras se aplicam a
todas as instituições cristãs, à escola bem como à família. Um costume
do judaísmo ortodoxo, agora menos praticado, que tem profundas
raízes no Antigo Testamento e na família, celebrava um funeral para
qualquer membro apóstata, e, a menos que ele se arrependesse, era
considerado morto para todos os efeitos práticos.
Várias escolas cristãs andam tropegamente por causa de sua
desobediência à Escritura neste ponto. Por não expulsarem o
impenitente, permitem a corrupção de todo o corpo estudantil.
Ademais, é importante que reconheçamos o que significa
arrependimento na Bíblia. A palavra em grego é metanoia; significa uma
mudança de rumo, de vida, de direção, de pensamento e de conduta. O
arrependimento na Bíblia não é uma questão de dizer somente “me
arrependo” ou “lamento”, mas significa uma mudança total de vida, do
pecado e impiedade para a fé e a justiça.2
A instrução em uma escola cristã se efetiva em termos dessa vida
de fé, justiça e serviço a Deus por meio desse conhecimento. Há um
lugar legítimo para os filhos dos incrédulos na escola cristã, porém não
há lugar para uma criança delinqüente, não importa de que lar tenha
vindo. Em alguns casos, a criança pecaminosa provém de um professor
da própria escola. Em todos e em cada um dos casos, a integridade da
escola requer um tratamento firme do problema, e se necessário, a
expulsão.
A desculpa mais comum dada pelos pais é que, de alguma
maneira, a culpa é do professor e que “o professor não compreende
meu filho”. É preciso lidar com estes argumentos de maneira firme.
Primeiro, nenhum professor é perfeito, e portanto impecável ao tratar
com uma criança. Isto está fora de questão. O estudante tem a
responsabilidade de ser obediente e receptivo na sala de aula,
independentemente do professor, e o pai tem a obrigação de exigir isto
de seu filho. Segundo, não é obrigação do professor “compreender” a
criança mas, sim, instruí-la. Só uns poucos professores me
compreenderam, se é que algum o fez, e às vezes isso era doloroso.
Contudo, todos me ensinaram, e fui eu quem saiu ganhando.
Além disso, os pais necessitam ouvir, de forma firme mas amável,
que há uma diferença entre defender seu filho e ajudá-lo. Muitas vezes
se defende melhor uma criança do pecado castigando-a. Ajudamos mais
aos nossos filhos quando lhes dirigimos para verem que devem se
conformar ao padrão de Deus, não ao do mundo ou a padrões pessoais.
A escola, a criança e os pais sofrem quando não se trata com o pecado
de uma criança a partir das Escrituras. Um jovem com um Q.I. elevado,
nascido de pais brilhantes, vive hoje com um soldo muito precário que
exige que sua esposa trabalhe fora. Ele foi expulso da universidade.
Seus pais, devido à proeminência que tinham nos círculos cristãos e à
tola obstinação em defender seu filho, nunca estiveram dispostos a
enfrentar a verdade com respeito a ele, e quase nenhum professor de
nenhuma escola cristã se atreveu a fazê-lo. O que se atreveu a fazê-lo
não recebeu apoio por parte do diretor nem do pastor. O resultado foi
uma vida desperdiçada, dois pais amargurados, e uma quantidade de
anos de sofrimento para alguns professores. Neste caso, o pecado do
filho foi agravado pelos pais, professores, diretor e pelo pastor. Todos
pecaram contra o Senhor, e contra outras crianças, cuja aprendizagem
foi prejudicada por um garoto malcriado. Pecamos quando não
enfrentamos o pecado como pecado. Pecamos quando fazemos vista
grossa para o pecado e o chamamos com nomes como “hiperatividade”.
O pecado de uma criança não deve ser ocasião para o pecado de todo o
corpo da escola.
O Senhor não abençoa nossos pecados, mas nossa fidelidade. Foi
o pecado de Adão o que conduziu à queda e ao sofrimento do homem.
O pecado ainda é nosso inimigo primário. Uma escola cristã não deve
ser delinqüente ao tratar com o problema do pecado.
As razões mais comuns para justificar o fracasso de não tratar
com o pecado dos estudantes são, primeira, o medo de perdas
financeiras. A perda financeira pode ser real, porém a questão tem a ver
com prioridades. O que é mais importante: o rendimento financeiro, ou
a benção do Senhor e o bem-estar da escola? Ademais, a escola que
tolera o pecado sofrerá financeiramente no longo prazo.
Segundo, o medo dos pais, geralmente por serem pessoas de
renome na comunidade. Se formos governados por tal temor, então
seremos governados por tais pessoas na escola. Perderemos o direito à
autoridade na escola ante as crianças malcriadas e os pais a quem elas
controlam.
Terceiro, há o fato da covardia moral. Tratar com problemas
difíceis geralmente é doloroso, porém as conseqüências da covardia
moral são muito mais dolorosas.
O pecado é o problema básico do homem. Não podemos evitar
tratar com ele em nós mesmos, ou em qualquer área da vida. A escola
cristã deve sempre estar preparada para confrontá-lo.
Tradução: Márcio Santana SobrinhoFonte: The Philosophy of the Christian Curriculum, p. 124-127
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Seis componentes do arrependimento
Publicado por Felipe Sabino em 6 de fevereiro de 2009 – 15:12
Thomas Watson
O arrependimento é uma graça do Espírito de Deus por meio da qual um pecador é humilhado em seu íntimo e transformado em seu exterior. A fim de proporcionar melhor entendimento, saiba que o arrependimento é um remédio espiritual formado de seis componentes especiais… Se um for deixado fora, o arrependimento perde o seu poder.
Componente 1: Percepção do pecado. A primeira parte do remédio de Cristo são olhos abertos (At 26.18). Este é um dos fatos importantes a observarmos no arrependimento do filho pródigo: ele caiu em si (Lc 15.17). Ele se viu como pecador e nada mais do que um pecador. Antes que um homem venha a Cristo, ele tem primeiramente de vir a si mesmo. Em sua descrição de arrependimento, Salomão considerou isto como o primeiro componente: “Caírem em si” (1 Rs 8.47). Uma pessoa deve, antes de tudo, reconhecer e considerar o que é o seu pecado e conhecer a praga de seu coração, antes que seja devidamente humilhado por ela. A primeira coisa que Deus criou foi a luz. Portanto, a primeira coisa que deve haver em uma pessoa arrependida é a iluminação. “Agora, sois luz no Senhor” (Ef 5.8). Os olhos são feitos tanto para ver como para chorar. Antes de lamentarmos pelo pecado, temos de vê-lo. Disso, podemos inferir que, onde não percepção do pecado, não pode haver arrependimento. Muitos que acham falhas nos outros não vêem nenhum erro em si mesmos… Pessoas são vendadas por ignorância e amor próprio. Por isso, não vêem o que deforma a sua alma. O Diabo faz com elas como o falcoeiro faz à sua ave: ele as cega e as leva encapuzadas ao inferno.
Componente 2: Tristeza pelo pecado. “Suporto tristeza por causa do meu pecado” (Sl 38.18). Ambrósio chamava essa tristeza de amargura da alma. A palavra hebraica que se traduz por ficar triste significa “ter a alma, por assim dizer, crucificada”. Isso precisa estar presente no verdadeiro arrependimento. “Olharão para aquele a quem traspassaram… e chorarão” (Zc 12.10), como se sentissem os cravos da cruz penetrando o seu lado. Uma mulher pode esperar ter um filho sem dores, assim como alguém pode esperar arrepender-se sem tristeza. Aquele que crê sem duvidar, põe sob suspeita a sua fé; aquele que se arrepende sem entristecer-se nos deixa incertos de seu arrependimento… Esta tristeza pelo pecado não é superficial; é uma agonia santa. Nas Escrituras, ela é chamada de quebrantamento de coração: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Sl 51.17); um rasgamento do coração: “Rasgai o vosso coração” (Jl 2.13). As expressões bater no peito (Jr 31.19; Lc 18.13), cingir o cilício (Is 22.12), arrancar os cabelos (Ed 9.3) - todas essas expressões são apenas sinais exteriores de tristeza.
Essa tristeza implica (1) tornar a Cristo precioso. Oh! quão precioso é o Salvador para uma alma atribulada! Agora, Cristo é, de fato, Cristo; e a misericórdia é realmente misericórdia. Enquanto o coração não estiver repleto de compunção, ele não estará pronto para o arrependimento. Quão bem-vindo é um cirurgião para um homem que sangra por suas feridas! (2) Implica repelir o pecado. O pecado gera tristeza, e a tristeza mata o pecado… A água salgada das lágrimas mata o verme da consciência. (3) Implica preparar-se para receber firme consolo. “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão” (Sl 126.5). O penitente tem uma semeadura de lágrimas, mas uma colheita deliciosa. O arrependimento rompe os abscessos do pecado, e, em seguida, a alma fica tranqüila… O ato de Deus em afligir a alma por causa do pecado é como o agitar da água que trazia cura, no tanque (Jo 5.4)
Contudo, nem toda tristeza evidencia o verdadeiro arrependimento… o que é esse entristecer piedoso? Há seis descrições:
1. A verdadeira tristeza espiritual é interior. É interior em duas maneiras: (1) é uma tristeza de coração. A tristeza dos hipócritas evidencia-se somente em sua face. “Desfiguram o rosto” (Mt 6.16). Mostram um rosto melancólico, mas a tristeza deles não vai além disso, como o orvalho que umedece a folha, mas não penetra a raiz. O arrependimento de Acabe foi uma exibição exterior. Seus vestidos foram rasgados, mas não o seu espírito (1 Rs 21.27). A tristeza segundo Deus avança mais além; é como uma veia que sangra internamente. O coração sangra por causa do pecado - “Compungiu-se-lhes o coração” (At 2.37). Assim como o coração tem a parte principal no ato de pecar, o mesmo deve acontecer no caso do entristecer-se. Paulo lamentava por causa da lei em seus membros (Rm 7.23). Aquele que lamenta verdadeiramente o pecado se entristece por conta das incitações do orgulho e da concupiscência. Ele se entristece por causa da “raiz de amargura”, embora ela nunca prospere até ao ponto de levá-lo a agir. Um homem ímpio pode sentir-se atribulado por pecados escandalosos; um verdadeiro convertido lamenta os pecados do coração.
2. A tristeza espiritual é sincera. É a tristeza pela ofensa, e não pela punição. A lei de Deus foi infringida, e seu amor, abusado. Isso leva a alma às lágrimas. Uma pessoa pode ficar triste e não se arrepender. Um ladrão fica triste quando é apanhado, mas não por causa do roubo, e sim porque tem de sofrer a pena… A tristeza piedosa se expressa principalmente por causa da transgressão contra Deus. Portanto, se não houvesse uma consciência a ferir, uma diabo a acusar, um inferno para servir de castigo, a alma ainda se sentiria triste por causa da ofensa praticada contra Deus… Oh! que eu não ofenda o meu bom Deus, nem entristeça o meu Consolador! Isso parte o meu coração!…
3. A tristeza espiritual Deus é repleta de confiança. É mesclada com fé… A tristeza bíblica afundará o coração, se a roldana da fé não o erguer. Assim como o nosso pecado está sempre diante de Deus, assim também a promessa de Deus tem de estar sempre diante de nós…
4. A tristeza espiritual é uma grande tristeza. “Naquele dia, será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimom” (Zc 12.11). Dois sóis se puserem no dia em que Josias morreu, e houve um enorme lamento fúnebre. A tristeza pelo pecado deve chegar a esse nível.
5. A tristeza espiritual é, em alguns casos, acompanhada de restituição. Aquele que, por injustiça, errou contra outrem, em seus bens, lidando com fraude, deve em sã consciência realizar a compensação. Há um mandamento claro quanto a isso: “Confessará o pecado que cometer; e, pela culpa, fará plena restituição, e lhe acrescentará a sua quinta parte, e dará tudo àquele contra quem se fez culpado” (Nm 5.7). Por isso, Zaqueu fez restituição: “Se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais” (Lc 19.8).
6. A tristeza espiritual é permanente. Não são algumas lágrimas derramadas ocasionalmente que servirão. Alguns derramarão lágrimas ao ouvirem um sermão, mas isso é como uma chuva de abril - logo acaba - ou como uma veia aberta e fechada novamente. A verdadeira tristeza tem de ser habitual. Ó cristão, a doença de sua alma é crônica, e a recaída, freqüente. Portanto, você tem de tratar-se com remédio continuamente, por meio do arrependimento. Essa é a tristeza “segundo Deus”.
Componente 3: Confissão de pecado. A tristeza é um sentimento tão forte, que terá expressões. Suas expressões são lágrimas nos olhos e confissão nos lábios. “Os da linhagem de Israel… puseram-se em pé e fizeram confissão dos seus pecados” (Ne 9.2). Gregório de Nazianzo chamou a confissão de “um bálsamo para a alma ferida”.
A confissão é auto-acusadora. “Eu é que pequei” (2 Sm 24.17)… E a verdade é que por meio desta auto-acusação impedimos Satanás de acusar-nos. Em nossas confissões, nos identificamos com orgulho, infidelidade e paixão. Assim, quando Satanás, chamado de acusador dos irmãos, lançar essas coisas contra nós, Deus lhe replicará: “Eles já acusaram a si mesmos. Então, Satanás, você está destituído de motivos legítimos; suas acusações surgiram muito tarde…” Agora, ouça o que diz o apóstolo Paulo: “Se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados” (1 Co 11.31).
Entretanto, homens ímpios, como Judas e Saul, não confessaram seus pecados? Sim, mas as suas confissões não eram verdadeiras. Para que a confissão de pecado seja correta e genuína, estas… qualificações precisam estar presentes:
1. A confissão tem de ser espontânea. Tem de surgir como a água que brota do manancial, livremente. A confissão do ímpios é obtida à força, como a confissão de um homem sob tortura. Quando uma faísca da ira de Deus atinge a consciência dos ímpios ou estão sob o temor da morte, eles se prostrarão em confissão… Mas a verdadeira confissão flui dos lábios tal como a mirra jorra da árvore ou o mel da colméia, espontaneamente…
2. A confissão tem ocorrer com contrição. O coração precisa ressentir profundamente o pecado. As confissões de um homem natural procede de seu íntimo assim como uma água que passa por um cano. Elas não o afetam de maneira alguma. Mas a confissão verdadeira deixa impressões que pungem o coração. Ao confessar seus pecados, a alma de Davi sentiu-se sobrecarregada: “Já se elevam acima de minha cabeça as minhas iniqüidades; como fardos pesados, excedem as minhas forças” (Sl 38.4). Uma coisa é confessar o pecado, outra coisa é sentir o pecado.
3. A confissão tem de ser sincera. Nosso coração precisa estar em harmonia com a confissão. O hipócrita confessa o pecado, mas o ama, assim como um ladrão que confessa os bens roubados e continua a amar o roubo. Quantos confessam o orgulho e a cobiça, com seus lábios, mas se deleitam neles ocultamente… Um verdadeiro cristão é mais honesto. Seu coração anda em harmonia com usa língua. Ele é convencido dos pecados que confessa e detesta os pecados dos quais é convencido.
4. Na confissão verdadeira, o crente especifica o pecado. O ímpio reconhece que é um pecador como todos os outros. Ele confessa o pecado de maneira geral… Um verdadeiro convertido reconhece seus pecados específicos. Ele se comporta à semelhança de uma pessoa enferma que vai ao médico e lhe mostra as feridas, dizendo: “Levei um corte na cabeça, recebi um tiro no braço”. O pecador entristecido confessa as diversas imperfeições de sua alma… Por meio de uma inspeção diligente de nosso coração, podemos achar alguns pecados específicos que tratamos com indulgência. Confessemos com lágrimas esses pecados, indicando-os pelo nome.
5. Um pessoa verdadeiramente arrependida confessa o pecado em sua fonte. Ela reconhece a contaminação de sua natureza. O pecado de nossa natureza não é somente uma falta do bem, mas também uma infusão do mal… Nossa natureza é um abismo e uma fonte de todo mal, dos quais procedem os escândalos que infestam o mundo. É essa depravação de natureza que envenena nossas coisas santas. Isso traz os juízos de Deus e paralisa em sua origem as nossas misericórdias. Oh! Confesse o pecado em sua fonte!…
Componente 4: Vergonha pelo pecado. O quarto componente no arrependimento é a vergonha. “Para que… se envergonhe das suas iniqüidades” (Ez 43.10). O envergonhar-se é a força da virtude. Quando o coração se enegrece por causa do pecado, a graça faz o rosto envergonhar-se com rubor - “Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a face” (Ed 9.6). O filho pródigo, arrependido, ficou tão envergonhado de seus excessos que se julgava indigno de ser, outra vez, chamado filho (Lc 15.21). O arrependimento causa um acanhamento santo. Se Cristo não estivesse no coração do pecador, não haveria tanta vergonha se expressando no rosto. Há… algumas considerações sobre o pecado que nos causa vergonha:
1. Todo pecado nos torna culpados, e a culpa nos deixa envergonhados.
2. Em todo pecado, há muita ingratidão. E essa é a razão da vergonha. Abusar da bondade de Deus, como isso nos envergonha!… Ingratidão é um pecado tão grave, que Deus mesmo se admira dele (Is 1.2).
3. O pecado mostra o que somos, e isso nos causa vergonha. O pecado nos rouba as vestes de santidade. E nos deixa destituídos de pureza, deformados aos olhos de Deus; e isso nos envergonha…
4. Nossos pecados expuseram Cristo à vergonha. E não nos envergonharemos deles? Vestimos a púrpura; não vestiremos o carmesim?
5. Aquilo que nos deixa envergonhados é o fato de que os pecados que cometemos são piores do que os pecados dos incrédulos. Agimos contra a luz que possuímos.
6. Nossos pecados são piores do que os pecados dos demônios. Os anjos caídos nunca pecaram contra o sangue de Cristo. Cristo não morreu por eles… Com certeza, se sobrepujamos o pecado dos demônios, isso deve nos causar muita vergonha.
Componente 5: Ódio pelo pecado. O quinto componente do arrependimento é o ódio pelo pecado. Os eruditos distinguem dois tipos de ódio: o ódio das iniqüidades e o ódio da inimizade.
Primeiramente, há um ódio ou abominação das iniqüidades. “Tereis nojo de vós mesmos por causa das vossas iniqüidades e das vossas abominações” (Ez 36.31). Um cristão verdadeiramente arrependido é alguém que detesta o pecado. Se uma pessoa detesta aquilo que faz seu estômago adoecer, ela deve, com muito mais intensidade, detestar aquilo que deixa enferma a sua consciência. É mais fácil abominar o pecado do que deixá-lo… Não amamos a Cristo enquanto não odiamos o pecado. Nuca anelamos o céu enquanto não detestamos o pecado.
Em segundo, há um ódio da inimizade. Não há melhor maneira de descobrir vida do que por meio do movimento. Os olhos se movem, o pulso bate. Portanto, para constatar o arrependimento, não há sinal melhor do que uma antipatia santa para com o pecado… O arrependimento correto começa no amor a Deus e termina no ódio ao pecado.
Como podemos discernir o verdadeiro ódio para com o pecado?
1. Quando a pessoa se mantém resoluta contra o pecado. A língua lamenta amargamente o pecado, e o coração o odeia, de modo que, embora o pecado se apresente de forma atraente, nós o achamos detestável e o abominados com ódio mortal, sem levarmos em conta a sua aparência agradável… O diabo pode vestir e disfarçar o pecado com prazer e proveito, mas um verdadeiro penitente, que tem ódio secreto pelo pecado, sente repulsa e não se envolverá nele.
2. O verdadeiro ódio pelo pecado é abrangente. Isso se aplica a dois aspectos: no que diz respeito às faculdades e ao objeto. (a) O ódio pelo pecado é abrangente no que concerne às faculdades da alma, ou seja, há um desgosto para com o pecado não somente no juízo, mas também na vontade e nas afeições. Há alguns que são convencidos de que o pecado é maligno e, em seu juízo, têm uma aversão para com ele. Mas acham-no agradável e têm satisfação íntima nele. Nesse caso, há um desprazer do pecado no juízo e um aceitação dele nas afeições. No verdadeiro arrependimento, o ódio pelo pecado está presente em todas as faculdades da alma; não somente no intelecto, mas, principalmente, na vontade. “Não faço o que prefiro, e sim o que detesto” (Rm 7.15). Paulo não era livre do pecado, mas a sua vontade se posicionava contra o pecado. (b) O ódio pelo pecado é abrangente no que concerne ao objeto. Aquele que odeia um pecado odeia todos… Os hipócritas odeiam alguns pecados que mancham sua reputação, mas o verdadeiro convertido odeia todos os pecados: os pecados que produzem vantagem, os pecados resultantes de nossas inclinações naturais, as próprias instigações da corrupção. Paulo odiava as obras do pecado (Rm 7.23).
3. O verdadeiro ódio pelo pecado se manifesta contra o pecado em todas as suas formas. Um coração santo detesta o pecado por causa de sua contaminação natural. O pecado deixa uma mancha na alma. Uma pessoa regenerada aborrece o pecado não somente por causa da maldição, mas também por causa do contágio. Ele odeia essa serpente não somente por causa de sua picada, mas também por causa de seu veneno. Abomina o pecado não somente por causa do inferno, mas como o próprio inferno.
4. O verdadeiro ódio pelo pecado é implacável. O cristão genuíno nunca mais se conciliará com o pecado. A ira pode experimentar conciliação, porém o ódio não pode experimentá-la…
5. Onde há verdadeiro ódio pelo pecado, nos opomos ao pecado em nós mesmos e nos outros. A igreja de Éfeso não podia suportar aqueles que eram maus (Ap 2.2). Paulo repreendeu arduamente Pedro por causa de sua dissimulação, embora este fosse um apóstolo. Com insatisfação santa, Cristo expulsou os cambistas do templo (Jo 2.15). Ele não tolerou que o templo sofresse uma mudança. Neemias repreendeu os nobres por sua usura (Ne 5.7) e pela profanação do sábado (Ne 13.17). Aquele que odeia o pecado não suportará a iniqüidade em sua família - “Não há de ficar em minha casa o que usa de fraude” (Sl 101.7). Que vergonha se manifesta quando os magistrados mostram força de espírito em suas paixões e nenhum heroísmo em suprimir o erro! Aqueles que não tem qualquer antipatia para com o pecado não conhecem o arrependimento. O pecado está neles como o veneno está em uma serpente e, por ser natural, lhe proporciona deleite.
Quão distantes estão do arrependimento aqueles que, ao invés de odiarem o pecado, amam-no! Para os santos, o pecado é um espinho nos olhos; para os ímpios, é uma coroa na cabeça - “Que direito tem na minha casa a minha amada, ela que cometeu vilezas? Acaso, ó amada, votos e carnes sacrificadas poderão afastar de ti o mal? Então, saltarias de prazer” (Jr 11.15). Amar o pecado é pior do que praticá-lo. Um homem bom pode precipitar-se cair em uma atitude pecaminosa, mas amar o pecado é desesperador. O que faz um porco amar o revolver-se na lama? O que faz um demônio amar aquilo que se opõe a Deus? Amar o pecado mostra que a vontade está no pecado; e, quanto mais a vontade estiver no pecado, tanto maior ele será. A obstinação faz com que não haja mais purificação para o pecado (Hb 10.26). Oh! quantos existem que amam o fruto proibido! Amam as imprecações e os adultérios. Amam o pecado e odeiam a repreensão… Portanto, quando os homens amam o pecado, apegam-se àquilo que será a sua morte e brincam com a condenação, isso indica que “o coração dos homens está cheio de maldade” (Ec 9.3). Isso nos persuade a mostrar nosso arrependimento por meio de um ódio amargo para com o pecado…
Componente 6: Converter-se do pecado. O sexto componente no arrependimento é converter-se do pecado… Esse converter-se é chamado de abandonar o pecado (Is 55.7), tal como um homem que abandona a companhia de um ladrão ou de um feiticeiro. É chamado de lançar para longe o pecado (Jó 11.14), como Paulo lançou de si aquela víbora, atirando-a ao fogo (At 28.5). Morrer para o pecado é a vida do arrependimento. No mesmo dia em que o crente se converte do pecado, deve se regozijar com um gozo eterno. Os olhos devem fugir de vislumbres impuros. O ouvido tem de fugir dos escárnios. A língua, do praguejamento. As mãos, dos subornos. Os pés, dos caminho das meretrizes. E alma, do amor à impiedade.
Esse converter-se do pecado implica uma mudança notável. Converter-se do pecado é tão visível, que os outros podem percebê-lo. Por isso, é chamado de uma mudança das trevas para a luz (Ef 5.8). Paulo, depois de ter recebido a visão celestial, ficou tão diferente, que todos se admiraram da mudança (At 9.12). O arrependimento transformou o carcereiro em um enfermeiro e médico (At 16.33). Ele cuidou dos apóstolos, lavou-lhes as feridas e serviu-lhes comida. Um navio se dirige ao leste; e o vento muda seu rumo para o oeste. De modo semelhante, um homem se encaminhava para o inferno, mas o vento contrário do Espírito soprou, mudou o seu rumo e o fez andar em direção ao céu… Essa mudança visível que o arrependimento produz em uma pessoa é como se outra alma se abrigasse no mesmo corpo.
Para identifica corretamente o converter-se do pecado, essas poucas coisas são necessárias:
1. Tem de haver um volver-se sinceramente do pecado. O coração é o primum vivens, a primeira coisa que vive. E tem de ser o primum vertens, a primeira coisa que se volve. O coração é aquilo por que o Diabo se empenha arduamente… No cristianismo, o coração é tudo. Se o coração não é convertido do pecado, ele não passa de uma mentira… Deus quer todo o coração convertido do pecado. O verdadeiro arrependimento não pode ter reservas nem outros ocupantes.
2. Tem de haver um volver-se de todo pecado. “Deixe o perverso o seu caminho” (Is 55.7). Uma pessoa verdadeiramente arrependida abandona o caminho do pecado. Ela deixa todo pecado… Aquele que esconde um subversivo em sua casa é um traidor da nação. E aquele que satisfaz um pecado é um hipócrita traiçoeiro.
3. Tem de haver um volver-se do pecado por motivos espirituais. Um homem pode restringir seus atos de pecados e não converter-se do pecado da maneira correta. Atos de pecados podem ser restringidos por temor ou desígnio, mas uma pessoa verdadeiramente arrependida deixa o pecado com base em um princípio espiritual, ou seja, o amor de Deus… Três homens perguntaram um ao outro o que os fizera abandonar o pecado. Um disse: “Acho que são as alegrias do céu”. Outro respondeu: “Acho que são os tormentos do inferno”. Mas o terceiro disse: “Acho que é o amor de Deus; e isso ainda me faz abandonar o pecado. Como eu ofenderia o amor de Deus?”
Extraído de The Doctrine of Repetance, reimpresso por The Banner of Truth Trust.Fonte: Sítio da Editora Fiel
Thomas Watson
O arrependimento é uma graça do Espírito de Deus por meio da qual um pecador é humilhado em seu íntimo e transformado em seu exterior. A fim de proporcionar melhor entendimento, saiba que o arrependimento é um remédio espiritual formado de seis componentes especiais… Se um for deixado fora, o arrependimento perde o seu poder.
Componente 1: Percepção do pecado. A primeira parte do remédio de Cristo são olhos abertos (At 26.18). Este é um dos fatos importantes a observarmos no arrependimento do filho pródigo: ele caiu em si (Lc 15.17). Ele se viu como pecador e nada mais do que um pecador. Antes que um homem venha a Cristo, ele tem primeiramente de vir a si mesmo. Em sua descrição de arrependimento, Salomão considerou isto como o primeiro componente: “Caírem em si” (1 Rs 8.47). Uma pessoa deve, antes de tudo, reconhecer e considerar o que é o seu pecado e conhecer a praga de seu coração, antes que seja devidamente humilhado por ela. A primeira coisa que Deus criou foi a luz. Portanto, a primeira coisa que deve haver em uma pessoa arrependida é a iluminação. “Agora, sois luz no Senhor” (Ef 5.8). Os olhos são feitos tanto para ver como para chorar. Antes de lamentarmos pelo pecado, temos de vê-lo. Disso, podemos inferir que, onde não percepção do pecado, não pode haver arrependimento. Muitos que acham falhas nos outros não vêem nenhum erro em si mesmos… Pessoas são vendadas por ignorância e amor próprio. Por isso, não vêem o que deforma a sua alma. O Diabo faz com elas como o falcoeiro faz à sua ave: ele as cega e as leva encapuzadas ao inferno.
Componente 2: Tristeza pelo pecado. “Suporto tristeza por causa do meu pecado” (Sl 38.18). Ambrósio chamava essa tristeza de amargura da alma. A palavra hebraica que se traduz por ficar triste significa “ter a alma, por assim dizer, crucificada”. Isso precisa estar presente no verdadeiro arrependimento. “Olharão para aquele a quem traspassaram… e chorarão” (Zc 12.10), como se sentissem os cravos da cruz penetrando o seu lado. Uma mulher pode esperar ter um filho sem dores, assim como alguém pode esperar arrepender-se sem tristeza. Aquele que crê sem duvidar, põe sob suspeita a sua fé; aquele que se arrepende sem entristecer-se nos deixa incertos de seu arrependimento… Esta tristeza pelo pecado não é superficial; é uma agonia santa. Nas Escrituras, ela é chamada de quebrantamento de coração: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Sl 51.17); um rasgamento do coração: “Rasgai o vosso coração” (Jl 2.13). As expressões bater no peito (Jr 31.19; Lc 18.13), cingir o cilício (Is 22.12), arrancar os cabelos (Ed 9.3) - todas essas expressões são apenas sinais exteriores de tristeza.
Essa tristeza implica (1) tornar a Cristo precioso. Oh! quão precioso é o Salvador para uma alma atribulada! Agora, Cristo é, de fato, Cristo; e a misericórdia é realmente misericórdia. Enquanto o coração não estiver repleto de compunção, ele não estará pronto para o arrependimento. Quão bem-vindo é um cirurgião para um homem que sangra por suas feridas! (2) Implica repelir o pecado. O pecado gera tristeza, e a tristeza mata o pecado… A água salgada das lágrimas mata o verme da consciência. (3) Implica preparar-se para receber firme consolo. “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão” (Sl 126.5). O penitente tem uma semeadura de lágrimas, mas uma colheita deliciosa. O arrependimento rompe os abscessos do pecado, e, em seguida, a alma fica tranqüila… O ato de Deus em afligir a alma por causa do pecado é como o agitar da água que trazia cura, no tanque (Jo 5.4)
Contudo, nem toda tristeza evidencia o verdadeiro arrependimento… o que é esse entristecer piedoso? Há seis descrições:
1. A verdadeira tristeza espiritual é interior. É interior em duas maneiras: (1) é uma tristeza de coração. A tristeza dos hipócritas evidencia-se somente em sua face. “Desfiguram o rosto” (Mt 6.16). Mostram um rosto melancólico, mas a tristeza deles não vai além disso, como o orvalho que umedece a folha, mas não penetra a raiz. O arrependimento de Acabe foi uma exibição exterior. Seus vestidos foram rasgados, mas não o seu espírito (1 Rs 21.27). A tristeza segundo Deus avança mais além; é como uma veia que sangra internamente. O coração sangra por causa do pecado - “Compungiu-se-lhes o coração” (At 2.37). Assim como o coração tem a parte principal no ato de pecar, o mesmo deve acontecer no caso do entristecer-se. Paulo lamentava por causa da lei em seus membros (Rm 7.23). Aquele que lamenta verdadeiramente o pecado se entristece por conta das incitações do orgulho e da concupiscência. Ele se entristece por causa da “raiz de amargura”, embora ela nunca prospere até ao ponto de levá-lo a agir. Um homem ímpio pode sentir-se atribulado por pecados escandalosos; um verdadeiro convertido lamenta os pecados do coração.
2. A tristeza espiritual é sincera. É a tristeza pela ofensa, e não pela punição. A lei de Deus foi infringida, e seu amor, abusado. Isso leva a alma às lágrimas. Uma pessoa pode ficar triste e não se arrepender. Um ladrão fica triste quando é apanhado, mas não por causa do roubo, e sim porque tem de sofrer a pena… A tristeza piedosa se expressa principalmente por causa da transgressão contra Deus. Portanto, se não houvesse uma consciência a ferir, uma diabo a acusar, um inferno para servir de castigo, a alma ainda se sentiria triste por causa da ofensa praticada contra Deus… Oh! que eu não ofenda o meu bom Deus, nem entristeça o meu Consolador! Isso parte o meu coração!…
3. A tristeza espiritual Deus é repleta de confiança. É mesclada com fé… A tristeza bíblica afundará o coração, se a roldana da fé não o erguer. Assim como o nosso pecado está sempre diante de Deus, assim também a promessa de Deus tem de estar sempre diante de nós…
4. A tristeza espiritual é uma grande tristeza. “Naquele dia, será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimom” (Zc 12.11). Dois sóis se puserem no dia em que Josias morreu, e houve um enorme lamento fúnebre. A tristeza pelo pecado deve chegar a esse nível.
5. A tristeza espiritual é, em alguns casos, acompanhada de restituição. Aquele que, por injustiça, errou contra outrem, em seus bens, lidando com fraude, deve em sã consciência realizar a compensação. Há um mandamento claro quanto a isso: “Confessará o pecado que cometer; e, pela culpa, fará plena restituição, e lhe acrescentará a sua quinta parte, e dará tudo àquele contra quem se fez culpado” (Nm 5.7). Por isso, Zaqueu fez restituição: “Se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais” (Lc 19.8).
6. A tristeza espiritual é permanente. Não são algumas lágrimas derramadas ocasionalmente que servirão. Alguns derramarão lágrimas ao ouvirem um sermão, mas isso é como uma chuva de abril - logo acaba - ou como uma veia aberta e fechada novamente. A verdadeira tristeza tem de ser habitual. Ó cristão, a doença de sua alma é crônica, e a recaída, freqüente. Portanto, você tem de tratar-se com remédio continuamente, por meio do arrependimento. Essa é a tristeza “segundo Deus”.
Componente 3: Confissão de pecado. A tristeza é um sentimento tão forte, que terá expressões. Suas expressões são lágrimas nos olhos e confissão nos lábios. “Os da linhagem de Israel… puseram-se em pé e fizeram confissão dos seus pecados” (Ne 9.2). Gregório de Nazianzo chamou a confissão de “um bálsamo para a alma ferida”.
A confissão é auto-acusadora. “Eu é que pequei” (2 Sm 24.17)… E a verdade é que por meio desta auto-acusação impedimos Satanás de acusar-nos. Em nossas confissões, nos identificamos com orgulho, infidelidade e paixão. Assim, quando Satanás, chamado de acusador dos irmãos, lançar essas coisas contra nós, Deus lhe replicará: “Eles já acusaram a si mesmos. Então, Satanás, você está destituído de motivos legítimos; suas acusações surgiram muito tarde…” Agora, ouça o que diz o apóstolo Paulo: “Se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados” (1 Co 11.31).
Entretanto, homens ímpios, como Judas e Saul, não confessaram seus pecados? Sim, mas as suas confissões não eram verdadeiras. Para que a confissão de pecado seja correta e genuína, estas… qualificações precisam estar presentes:
1. A confissão tem de ser espontânea. Tem de surgir como a água que brota do manancial, livremente. A confissão do ímpios é obtida à força, como a confissão de um homem sob tortura. Quando uma faísca da ira de Deus atinge a consciência dos ímpios ou estão sob o temor da morte, eles se prostrarão em confissão… Mas a verdadeira confissão flui dos lábios tal como a mirra jorra da árvore ou o mel da colméia, espontaneamente…
2. A confissão tem ocorrer com contrição. O coração precisa ressentir profundamente o pecado. As confissões de um homem natural procede de seu íntimo assim como uma água que passa por um cano. Elas não o afetam de maneira alguma. Mas a confissão verdadeira deixa impressões que pungem o coração. Ao confessar seus pecados, a alma de Davi sentiu-se sobrecarregada: “Já se elevam acima de minha cabeça as minhas iniqüidades; como fardos pesados, excedem as minhas forças” (Sl 38.4). Uma coisa é confessar o pecado, outra coisa é sentir o pecado.
3. A confissão tem de ser sincera. Nosso coração precisa estar em harmonia com a confissão. O hipócrita confessa o pecado, mas o ama, assim como um ladrão que confessa os bens roubados e continua a amar o roubo. Quantos confessam o orgulho e a cobiça, com seus lábios, mas se deleitam neles ocultamente… Um verdadeiro cristão é mais honesto. Seu coração anda em harmonia com usa língua. Ele é convencido dos pecados que confessa e detesta os pecados dos quais é convencido.
4. Na confissão verdadeira, o crente especifica o pecado. O ímpio reconhece que é um pecador como todos os outros. Ele confessa o pecado de maneira geral… Um verdadeiro convertido reconhece seus pecados específicos. Ele se comporta à semelhança de uma pessoa enferma que vai ao médico e lhe mostra as feridas, dizendo: “Levei um corte na cabeça, recebi um tiro no braço”. O pecador entristecido confessa as diversas imperfeições de sua alma… Por meio de uma inspeção diligente de nosso coração, podemos achar alguns pecados específicos que tratamos com indulgência. Confessemos com lágrimas esses pecados, indicando-os pelo nome.
5. Um pessoa verdadeiramente arrependida confessa o pecado em sua fonte. Ela reconhece a contaminação de sua natureza. O pecado de nossa natureza não é somente uma falta do bem, mas também uma infusão do mal… Nossa natureza é um abismo e uma fonte de todo mal, dos quais procedem os escândalos que infestam o mundo. É essa depravação de natureza que envenena nossas coisas santas. Isso traz os juízos de Deus e paralisa em sua origem as nossas misericórdias. Oh! Confesse o pecado em sua fonte!…
Componente 4: Vergonha pelo pecado. O quarto componente no arrependimento é a vergonha. “Para que… se envergonhe das suas iniqüidades” (Ez 43.10). O envergonhar-se é a força da virtude. Quando o coração se enegrece por causa do pecado, a graça faz o rosto envergonhar-se com rubor - “Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a face” (Ed 9.6). O filho pródigo, arrependido, ficou tão envergonhado de seus excessos que se julgava indigno de ser, outra vez, chamado filho (Lc 15.21). O arrependimento causa um acanhamento santo. Se Cristo não estivesse no coração do pecador, não haveria tanta vergonha se expressando no rosto. Há… algumas considerações sobre o pecado que nos causa vergonha:
1. Todo pecado nos torna culpados, e a culpa nos deixa envergonhados.
2. Em todo pecado, há muita ingratidão. E essa é a razão da vergonha. Abusar da bondade de Deus, como isso nos envergonha!… Ingratidão é um pecado tão grave, que Deus mesmo se admira dele (Is 1.2).
3. O pecado mostra o que somos, e isso nos causa vergonha. O pecado nos rouba as vestes de santidade. E nos deixa destituídos de pureza, deformados aos olhos de Deus; e isso nos envergonha…
4. Nossos pecados expuseram Cristo à vergonha. E não nos envergonharemos deles? Vestimos a púrpura; não vestiremos o carmesim?
5. Aquilo que nos deixa envergonhados é o fato de que os pecados que cometemos são piores do que os pecados dos incrédulos. Agimos contra a luz que possuímos.
6. Nossos pecados são piores do que os pecados dos demônios. Os anjos caídos nunca pecaram contra o sangue de Cristo. Cristo não morreu por eles… Com certeza, se sobrepujamos o pecado dos demônios, isso deve nos causar muita vergonha.
Componente 5: Ódio pelo pecado. O quinto componente do arrependimento é o ódio pelo pecado. Os eruditos distinguem dois tipos de ódio: o ódio das iniqüidades e o ódio da inimizade.
Primeiramente, há um ódio ou abominação das iniqüidades. “Tereis nojo de vós mesmos por causa das vossas iniqüidades e das vossas abominações” (Ez 36.31). Um cristão verdadeiramente arrependido é alguém que detesta o pecado. Se uma pessoa detesta aquilo que faz seu estômago adoecer, ela deve, com muito mais intensidade, detestar aquilo que deixa enferma a sua consciência. É mais fácil abominar o pecado do que deixá-lo… Não amamos a Cristo enquanto não odiamos o pecado. Nuca anelamos o céu enquanto não detestamos o pecado.
Em segundo, há um ódio da inimizade. Não há melhor maneira de descobrir vida do que por meio do movimento. Os olhos se movem, o pulso bate. Portanto, para constatar o arrependimento, não há sinal melhor do que uma antipatia santa para com o pecado… O arrependimento correto começa no amor a Deus e termina no ódio ao pecado.
Como podemos discernir o verdadeiro ódio para com o pecado?
1. Quando a pessoa se mantém resoluta contra o pecado. A língua lamenta amargamente o pecado, e o coração o odeia, de modo que, embora o pecado se apresente de forma atraente, nós o achamos detestável e o abominados com ódio mortal, sem levarmos em conta a sua aparência agradável… O diabo pode vestir e disfarçar o pecado com prazer e proveito, mas um verdadeiro penitente, que tem ódio secreto pelo pecado, sente repulsa e não se envolverá nele.
2. O verdadeiro ódio pelo pecado é abrangente. Isso se aplica a dois aspectos: no que diz respeito às faculdades e ao objeto. (a) O ódio pelo pecado é abrangente no que concerne às faculdades da alma, ou seja, há um desgosto para com o pecado não somente no juízo, mas também na vontade e nas afeições. Há alguns que são convencidos de que o pecado é maligno e, em seu juízo, têm uma aversão para com ele. Mas acham-no agradável e têm satisfação íntima nele. Nesse caso, há um desprazer do pecado no juízo e um aceitação dele nas afeições. No verdadeiro arrependimento, o ódio pelo pecado está presente em todas as faculdades da alma; não somente no intelecto, mas, principalmente, na vontade. “Não faço o que prefiro, e sim o que detesto” (Rm 7.15). Paulo não era livre do pecado, mas a sua vontade se posicionava contra o pecado. (b) O ódio pelo pecado é abrangente no que concerne ao objeto. Aquele que odeia um pecado odeia todos… Os hipócritas odeiam alguns pecados que mancham sua reputação, mas o verdadeiro convertido odeia todos os pecados: os pecados que produzem vantagem, os pecados resultantes de nossas inclinações naturais, as próprias instigações da corrupção. Paulo odiava as obras do pecado (Rm 7.23).
3. O verdadeiro ódio pelo pecado se manifesta contra o pecado em todas as suas formas. Um coração santo detesta o pecado por causa de sua contaminação natural. O pecado deixa uma mancha na alma. Uma pessoa regenerada aborrece o pecado não somente por causa da maldição, mas também por causa do contágio. Ele odeia essa serpente não somente por causa de sua picada, mas também por causa de seu veneno. Abomina o pecado não somente por causa do inferno, mas como o próprio inferno.
4. O verdadeiro ódio pelo pecado é implacável. O cristão genuíno nunca mais se conciliará com o pecado. A ira pode experimentar conciliação, porém o ódio não pode experimentá-la…
5. Onde há verdadeiro ódio pelo pecado, nos opomos ao pecado em nós mesmos e nos outros. A igreja de Éfeso não podia suportar aqueles que eram maus (Ap 2.2). Paulo repreendeu arduamente Pedro por causa de sua dissimulação, embora este fosse um apóstolo. Com insatisfação santa, Cristo expulsou os cambistas do templo (Jo 2.15). Ele não tolerou que o templo sofresse uma mudança. Neemias repreendeu os nobres por sua usura (Ne 5.7) e pela profanação do sábado (Ne 13.17). Aquele que odeia o pecado não suportará a iniqüidade em sua família - “Não há de ficar em minha casa o que usa de fraude” (Sl 101.7). Que vergonha se manifesta quando os magistrados mostram força de espírito em suas paixões e nenhum heroísmo em suprimir o erro! Aqueles que não tem qualquer antipatia para com o pecado não conhecem o arrependimento. O pecado está neles como o veneno está em uma serpente e, por ser natural, lhe proporciona deleite.
Quão distantes estão do arrependimento aqueles que, ao invés de odiarem o pecado, amam-no! Para os santos, o pecado é um espinho nos olhos; para os ímpios, é uma coroa na cabeça - “Que direito tem na minha casa a minha amada, ela que cometeu vilezas? Acaso, ó amada, votos e carnes sacrificadas poderão afastar de ti o mal? Então, saltarias de prazer” (Jr 11.15). Amar o pecado é pior do que praticá-lo. Um homem bom pode precipitar-se cair em uma atitude pecaminosa, mas amar o pecado é desesperador. O que faz um porco amar o revolver-se na lama? O que faz um demônio amar aquilo que se opõe a Deus? Amar o pecado mostra que a vontade está no pecado; e, quanto mais a vontade estiver no pecado, tanto maior ele será. A obstinação faz com que não haja mais purificação para o pecado (Hb 10.26). Oh! quantos existem que amam o fruto proibido! Amam as imprecações e os adultérios. Amam o pecado e odeiam a repreensão… Portanto, quando os homens amam o pecado, apegam-se àquilo que será a sua morte e brincam com a condenação, isso indica que “o coração dos homens está cheio de maldade” (Ec 9.3). Isso nos persuade a mostrar nosso arrependimento por meio de um ódio amargo para com o pecado…
Componente 6: Converter-se do pecado. O sexto componente no arrependimento é converter-se do pecado… Esse converter-se é chamado de abandonar o pecado (Is 55.7), tal como um homem que abandona a companhia de um ladrão ou de um feiticeiro. É chamado de lançar para longe o pecado (Jó 11.14), como Paulo lançou de si aquela víbora, atirando-a ao fogo (At 28.5). Morrer para o pecado é a vida do arrependimento. No mesmo dia em que o crente se converte do pecado, deve se regozijar com um gozo eterno. Os olhos devem fugir de vislumbres impuros. O ouvido tem de fugir dos escárnios. A língua, do praguejamento. As mãos, dos subornos. Os pés, dos caminho das meretrizes. E alma, do amor à impiedade.
Esse converter-se do pecado implica uma mudança notável. Converter-se do pecado é tão visível, que os outros podem percebê-lo. Por isso, é chamado de uma mudança das trevas para a luz (Ef 5.8). Paulo, depois de ter recebido a visão celestial, ficou tão diferente, que todos se admiraram da mudança (At 9.12). O arrependimento transformou o carcereiro em um enfermeiro e médico (At 16.33). Ele cuidou dos apóstolos, lavou-lhes as feridas e serviu-lhes comida. Um navio se dirige ao leste; e o vento muda seu rumo para o oeste. De modo semelhante, um homem se encaminhava para o inferno, mas o vento contrário do Espírito soprou, mudou o seu rumo e o fez andar em direção ao céu… Essa mudança visível que o arrependimento produz em uma pessoa é como se outra alma se abrigasse no mesmo corpo.
Para identifica corretamente o converter-se do pecado, essas poucas coisas são necessárias:
1. Tem de haver um volver-se sinceramente do pecado. O coração é o primum vivens, a primeira coisa que vive. E tem de ser o primum vertens, a primeira coisa que se volve. O coração é aquilo por que o Diabo se empenha arduamente… No cristianismo, o coração é tudo. Se o coração não é convertido do pecado, ele não passa de uma mentira… Deus quer todo o coração convertido do pecado. O verdadeiro arrependimento não pode ter reservas nem outros ocupantes.
2. Tem de haver um volver-se de todo pecado. “Deixe o perverso o seu caminho” (Is 55.7). Uma pessoa verdadeiramente arrependida abandona o caminho do pecado. Ela deixa todo pecado… Aquele que esconde um subversivo em sua casa é um traidor da nação. E aquele que satisfaz um pecado é um hipócrita traiçoeiro.
3. Tem de haver um volver-se do pecado por motivos espirituais. Um homem pode restringir seus atos de pecados e não converter-se do pecado da maneira correta. Atos de pecados podem ser restringidos por temor ou desígnio, mas uma pessoa verdadeiramente arrependida deixa o pecado com base em um princípio espiritual, ou seja, o amor de Deus… Três homens perguntaram um ao outro o que os fizera abandonar o pecado. Um disse: “Acho que são as alegrias do céu”. Outro respondeu: “Acho que são os tormentos do inferno”. Mas o terceiro disse: “Acho que é o amor de Deus; e isso ainda me faz abandonar o pecado. Como eu ofenderia o amor de Deus?”
Extraído de The Doctrine of Repetance, reimpresso por The Banner of Truth Trust.Fonte: Sítio da Editora Fiel
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