quinta-feira, 25 de junho de 2009

A força da imagem

Por: Isabel C. S. Vargas
Já mencionei minha opinião à cerca da influência que a televisão exerce na vida das pessoas, a ponto de torná-las escravas de horários, de programas, de emissoras, das mensagens diretas ou camufladas (subliminares) emitidas nos comerciais e até mesmo no desenrolar das novelas, de modo que nem percebem que aquilo está sendo absorvido, pela forma sutil (às vezes nem tanto) que são inseridas. Em decorrência deixam de ter maior convivência, mais entrosamento, momentos de diálogo e de interação com os demais membros da família.
Antigamente, toda a família reunia-se na sala para assistir televisão. Hoje, adultos, adolescentes e crianças têm aparelho nos respectivos quartos, o que favorece o distanciamento, cada um assistindo o que lhe interessa, sendo que muitas vezes assistem programas inadequados para a idade, absorvendo conteúdos de programas violentos, impróprios para a idade e consequentemente para seu grau de amadurecimento.
O diálogo torna-se raro, a influência positiva que deveria ser transmitida no convívio familiar torna-se escassa, sendo suprida de forma errônea pelos programas de televisão, no geral sem cunho educativo, formando conceitos distorcidos, transmitindo valores falsos, além de habituar a quem assiste às situações violentas, absurdas (agressão, morte, espancamento, estupro, discriminação, furtos, roubos, seqüestros, extorções, corrupção, estelionato e uma gama enorme de condutas tipificadas no Código Penal) de forma que assim acaba ocorrendo o fenômeno denominado psicoadaptação, no qual o indivíduo já não reage mais frente à ocorrência dos mesmos, porque eles se tornaram habituais, estão inseridos no cotidiano de todos.
A substituição do hábito da leitura - no qual cada um dá asas à fantasia e produz a imagem que lhe parece representar o que está lendo, desenvolvendo desta forma a imaginação - pela imagem pronta recebida através da televisão ou mesmo do computador, empobreceu a fantasia, o sonho a imaginação de cada um, assim como o vocabulário e o diálogo. Muitas vezes ocorre de compararmos a leitura de determinado livro, com o respectivo filme e verificarmos que o livro parece sempre melhor, mais completo que o filme, isto porque a imagem substitui muito do livro além de ser passada da forma que é interpretada, entendida pelo diretor e transmitida pelo ator, não correspondendo ao imaginado no desenrolar da leitura.
Por tudo isto creio que a criança parece crescer rápido demais, perdendo muito cedo o doce sabor da ilusão, da fantasia, da pureza, da ingenuidade, pela forte influência da mídia; o jovem torna-se descrente de certos valores que podem lhe parecer ultrapassados, pelo que está faltando ser passado pela família e frente às “verdades” ou realidade que lhe é transmitida pela televisão, de maneira muito forte; o adulto sente-se frustrado pela impotência de enfrentar um concorrente tão poderoso e que ao invés disto deveria ser um auxiliar na educação dos filhos; o idoso fica totalmente fora deste contexto, tão distanciado de tudo aquilo que vivenciou no passado e que se processa numa velocidade acentuada, num ritmo diferente daquele que a idade lhe permite acompanhar, entender e absorver.
A leitura, a televisão, o computador, a internet, todos os avanços tecnológicos são ótimos, devem ser valorizados, mas não podemos cultuá-los como se fossem mais importantes que os seres humanos e os relacionamentos.
É importante usá-los com discernimento e colocá-los a serviço da evolução do ser humano e de uma convivência melhor e mais fraterna.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Tendo os Líderes que Merecemos

por Rousas John Rushdoony

Porque este é um povo rebelde, filhos mentirosos, filhos que não querem ouvir a lei do SENHOR. Que dizem aos videntes: Não vejais; e aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, e vede para nós enganos. (Is 30.9-10)

Resumindo, Deus diz que um povo terá o tipo de líderes que deseja. Eles demandarão e aprovarão somente homens que falem coisas aprazíveis e profetizem promessas de mentira. De fato, diz Miqueias 2.11, se um homem com espírito de falsidade declarar que a salvação reside na embriaguez, “será esse tal o profeta deste povo”. A autoridade e liderança que o povo exige é conformidade ao caráter deles. A autoridade exercida por nossos presidentes reflete a fraqueza do caráter americano, e o mesmo é verdadeiro de todo país no mundo.
Um povo será governado por uma autoridade que se conforma à fé e caráter deles. Tentativas de reforma no legislativo e judiciário, sem uma reforma semelhante na fé do povo, são fúteis.
O recurso judicial criado por Deus não tem como objetivo eliminar o pecado; antes, ele oferece justiça a um povo que deseja justiça. O mundo todo hoje está praguejado de injustiça porque as pessoas não querem justiça, exceto quando esta servir aos seus interesses. As pessoas podem concordar que a justiça é boa, mas elas se sentem mais confortáveis sem ela. Elas estão prontas o suficiente para condenar a dívida, e admitir os males pessoais e sociais de uma dívida a longo prazo, mas ainda justificarão seus empréstimos tomados a longo prazo. Em cada ponto, o homem na verdade diz: que o mundo seja bom, para que eu possa ser mais livre e estar mais seguro em meu pecado e egoísmo.
Se as pessoas hoje desejassem verdadeiramente a justiça, nós a teríamos. Se desejássemos um presidente piedoso, teríamos um. Contudo, em todo o mundo, vemos apenas os líderes perversos como os mais fortes. Aparentemente, o que os homens menos desejam é uma ordem social justa, porque isso requer que eles sejam justos em primeiro lugar.
A lei de Deus fornece justiça e autoridade verdadeira àquelas pessoas que desejam isso.

Fonte: R. J. Rushdoony, Systematic Theology in Two Volumes (Vallecito, CA: Ross House Books, 1994), 1192.Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto