quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Encontrando a Deus

por R.C. Sproul

Todos nós ouvimos evangelistas citarem Apocalipse: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo” (Ap 3.20). Geralmente o evangelista aplica esse texto com um apelo ao inconverso, dizendo: “Jesus está batendo na porta do seu coração. Se você abrir a porta, então ele entrará”. No contexto da passagem, contudo, Jesus dirigiu seus comentários à igreja. Não tratava-se de um apelo evangelístico.
E daí? O ponto é que buscar a Deus é algo que os incrédulos não podem fazer. O incrédulo não buscará a Deus. O incrédulo não baterá. Buscar a Deus é negócio de crentes. Jonathan Edwards disse: “Buscar o Reino de Deus é o principal negócio da vida cristã”. Buscar a Deus é resultado da fé, não a causa dela.
Quando somos convertidos a Cristo, usamos a linguagem de descoberta para expressar a nossa conversão. Falamos de encontrar a Cristo. Podemos ter um adesivo no qual lemos: “Eu encontrei”. Essas declarações são de fato verdadeiras. A ironia é esta: Uma vez que temos encontrado a Cristo, isso não é o fim da nossa busca, mas o princípio. Geralmente, quando encontramos o que estamos procurando, isso assinala o fim da nossa busca. Mas quando “encontramos” a Cristo, esse é o princípio da nossa busca.
A vida cristã começa na conversão; ela não termina onde começa. Ela cresce; vai de fé em fé, de graça em graça, de vida em vida. Esse movimento de crescimento é estimulado pela busca contínua por Deus.

Coram Deo: Em sua caminhada espiritual, você está se movendo de fé em fé, de graça em graça, de vida em vida? Você está continuamente buscando a Deus?

João 14.23-24: “Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.”

João 15.10: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.”

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O Evangelho para Todos os Grupos

Publicado em 11 de agosto de 2009 – 20:35
por Vincent Cheung

Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homenssejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. (1 Timóteo 2.3-4)
Há uma forte ênfase no Novo Testamento que, num sentido específico, o evangelho é para “todos os homens” e que Deus deseja salvar “todos os homens”. E é claro em que sentido isso é verdade. Contudo, essa ênfase tem sido com frequência distorcida, pois muitas pessoas são descuidadas e desonestas ao manusear a Escritura, de forma que falham em respeitar os contextos das passagens e considerar os motivos bíblicos que são relevantes para sua interpretação apropriada.
Para ilustrar, a Bíblia ensina que o braço de Deus não é curto. Seria ingênuo inferir a partir disso que Deus tem um braço físico, ou mesmo um corpo físico. Tal inferência não considera seriamente o texto da Escritura, mas sim desrespeita todo o testemunho da Escritura sobre a natureza de Deus, que ele é espírito, e que ele não tem forma e substância física. Quando o texto é lido em relação ao todo da Escritura, torna-se óbvio que a expressão é apenas uma metáfora para dizer que o poder de Deus é forte e sua influência extensa.
Estamos agora interessados em dois detalhes na declaração de Paulo. O primeiro é sua menção do desejo de Deus, e o segundo é o significado de “todos os homens”. Não podemos lidar com todos os detalhes nesta breve reflexão sobre o texto, mas podemos chegar a uma conclusão que seja clara o suficiente para nos capacitar captar sua lição principal.
A Bíblia ensina que Deus decreta tudo o que ele deseja, e realiza tudo o que decreta. Em outras palavras, se Deus deseja algo, isso certamente acontecerá. Ninguém pode resistir ao seu poder. Ninguém pode frustrar o seu plano. Portanto, se Deus deseja salvar “todos os homens” nesse sentido – isto é, no sentido que ele decretou – então “todos os homens” seriam salvos sem dúvida.
Outra interpretação possível para o desejo de Deus nesse versículo é que Paulo está se referindo ao mandamento moral de Deus. Um mandamento moral é somente uma definição de certo e errado, e de obrigação. Ele não especifica o que Deus decidiu que acontecerá ou o que ele fará que ocorra. Quando Paulo disse aos atenienses que Deus agora ordena que todos os homens de todos os lugares se arrependam, ele não quis dizer que Deus faz com que todos os homens de todos os lugares se arrependam, mas que Deus exige que todos os homens de todos os lugares se arrependam. Sem dúvida, o arrependimento tem sido uma exigência desde o princípio, mas até então Deus não tinha feito a exigência ser publicada a todos os homens de todos os lugares.
Então, há também dois significados possíveis para “todos os homens”. Paulo poderia estar se referindo a todos os indivíduos, ou cada pessoa individual em toda a História. Ou, ele poderia estar falando em harmonia com o restante da Bíblia e, dessa forma, referindo-se a todos os tipos de indivíduos, isto é, indivíduos de toda raça, gênero, classe e outras classificações. O que ele quer dizer aqui afeta também o possível significado para o desejo de Deus. Em particular, se Paulo está se referindo a todos os indivíduos, então, ele não pode estar se referindo ao decreto de Deus quando diz que Deus deseja salvar todos os homens. E isso porque o decreto de Deus é sempre eficaz. Se Deus decreta salvar todos os indivíduos, então todos os indivíduos serão salvos. Mas muitas passagens da Escritura nos informam que milhares de milhares de indivíduos não serão salvos; portanto, se Paulo está se referindo a todos os indivíduos, então ele não pode estar se referindo também ao decreto de Deus. Essa combinação é impossível.
Se Paulo está se referindo a todos os indivíduos, isso deve se referir ao mandamento moral de Deus. Isto é, se Paulo está se referindo a todos os indivíduos, então ele está estabelecendo o ponto que é mandamento de Deus que todos os indivíduos creiam no evangelho. Isso é verdade porque Deus de fato exige que toda pessoa creia no evangelho. Contudo, a combinação é improvável nesse versículo, pois essa não é a linguagem que Paulo usa. Ele não diz que Deus “deseja” que todos os homens creiam, mas que ele “deseja” que todos os homens sejam salvos. Se ele tivesse em mente uma obrigação moral, então a linguagem de fé e arrependimento seriam mais apropriadas, e essa é a linguagem que ele usou com os atenienses. Visto que é improvável que Paulo esteja se referindo ao mandamento moral de Deus, é improvável que ele esteja dizendo aqui que Deus agora exige que todos os tipos de pessoas sejam salvos.
A única combinação que se encaixa com o texto é que Paulo está se referindo ao decreto de Deus, não à exigência moral de Deus, e que ele está se referindo ao seu decreto sobre todos os tipos de pessoas, não todos os indivíduos. Em outras palavras, é o decreto de Deus que todos os tipos de pessoas serão salvos e chegarão ao conhecimento da verdade. Porque esse é o seu decreto, isso é o que acontecerá, e de fato isso é o que vem acontecendo desde o tempo dos apóstolos. Isso não apenas combina com a ênfase do restante do Novo Testamento, mas é também consistente com o contexto imediato. Quando Paulo diz que os crentes deveriam orar “por todos os homens”, ele quis dizer todos os tipos de pessoas, não somente os pobres e oprimidos, mas também “pelos reis e por todos os que exercem autoridade”. Então, uns poucos versículos mais tarde Paulo escreve que ele é um mestre aos gentios, o que é consistente com sua ênfase constante que a verdade não é ensinada somente aos judeus.
O Novo Testamento repetidamente se opõe às restrições que as pessoas colocam sobre o escopo da salvação, e compele-os a alargar o seu pensamento. As pessoas abrigam essas restrições em suas mentes por causa de preconceito, elitismo, tradição e assim por diante, mas elas não se aplicam a indivíduos como tais, mas a grupos inteiros de pessoas definidos por raça, gênero, classe ou alguma outra coisa. Em outras palavras, quando a Bíblia ensina sobre a profundidade da misericórdia de Deus, ela não tem em mente um debate de “alguns indivíduos vs. todos os indivíduos”, mas um debate “alguns grupos vs. todos os grupos”.
De fato, quando diz respeito a indivíduos, a Bíblia insiste que Deus não deseja e não decretou salvar todos os indivíduos. Em Romanos 9, ela inclusive diz que Deus criou deliberadamente alguns indivíduos para a destruição, e decretou individualmente sua condenação. Assim, o contraste “alguns indivíduos vs. todos os indivíduos” não está em consideração em nossa passagem, e nunca está em vista quando ela diz que Deus quer “todos” sejam salvos.
Muitas pessoas são alheias a forma como os escritores bíblicos pensam, e dessa forma impõe suas próprias categorias ao texto. O pensamento deles está sempre ocupado com a salvação de indivíduos, e eles assumem que quando a Bíblia diz “todos os homens”, isso quer dizer todos os indivíduos. Ao usar a Escritura para promover sua agenda privada, eles subvertem sua intenção e significado verdadeiro, roubando-a de sua força e sabedoria, e enquanto isso pensam estar prestando serviço a Deus ao promover a falsa doutrina que ele deseja salvar todos os indivíduos. Por outro lado, a preocupação real dos apóstolos era derrubar os preconceitos dos homens, e corrigir sua atitude sobre os tipos de pessoas que Deus decidiu salvar por seu Filho Jesus Cristo.

Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto - Agosto/2009

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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Novidades

A partir da semana que vem estarei postando artigos referente a Deus, digo um estudo sobre Deus e a sua natureza, caso você tenha interessa de outro assunto, escreva para mim.
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