Vez por outra, vêm à minha mente os bons tempos da minha infância. Isso já fazem muitos anos, mas as marcas permanecem indeléveis. A escola, os amigos, as férias, a igreja que meus pais me levavam para aprender de Jesus. Todas estas coisas estão bem gravadas em minha memória. O tempo passou. Hoje o que me encanta são outras coisas. No entanto, confesso que, quando criança, o tempo de lazer e das brincadeiras parecia sobrepujar a tudo.
Toda igreja tem uma história de vida. Ela nasce, desenvolve-se, e alcança a maturidade gerando filhos, netos e bisnetos. Bem, essa deveria ser a história de nossas igrejas. No entanto há fortes indícios ao nosso redor de que nem sempre isso acontece. Muitas permanecem por muitos anos na infância. Uma experiência desastrosa, mas bem conhecida nossa:
“Irmãos, não lhes pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a crianças em Cristo.” (I Coríntios 3: 1)
Paulo estava se dirigindo a uma igreja, especialmente aos seus líderes. Certamente eles haviam permanecido naquele estágio de imaturidade e criancice porque seus líderes não souberam levá-los à maturidade.
Trabalhando e servindo ao lado de líderes já por muitos anos, noto muitas vezes a ausência de maturidade quando estão capitaneando uma igreja, um ministério ou alguma organização cristã. O resultado disso é claramente percebido. Igrejas que até mesmo estão experimentando crescimento numérico, mas sem profundidade na Palavra e no compromisso com o Reino de Deus.
Líderes maduros levam suas comunidades a amar a Cristo, o grande líder
Algum tempo atrás um pastor compartilhava comigo que uma pessoa de sua igreja o havia procurado depois do culto para lhe agradecer, pois ele havia pregado sobre Jesus. E fazia muito tempo que essa pessoa não ouvia falar de Cristo, mesmo frequentando uma igreja evangélica. Líderes fortes e maduros têm um alto grau de compromisso com Cristo, como o maior líder que já existiu. Para estes, a promoção de outros homens e mulheres em lugar de Jesus, soa como simples imaturidade.
Líderes maduros rejeitam a hierarquia como pré requisito de poder
Vivendo já por algum tempo debaixo de uma nova ordem eclesiástica, nossas igrejas estabeleceram um novo paradigma: os títulos e as honrarias. Inverteu-se o mandamento de Cristo. É melhor ser servido do que servir. Esta atitude é sinal evidente daquilo que Paulo chama de carnalidade e criancice. Líderes demonstram maturidade quando se colocam em posição de servos, com o conhecimento de que,desta forma, serão cada vez mais respeitados e amados por seus seguidores.
Líderes maduros concentram suas prioridades nas questões do Reino
Líderes fracos e imaturos pensam tão somente na igreja local ou na organização que servem. Líderes fortes têm a marca do Reino de Deus em suas vidas. Eles não se sentem atraídos pelo canto da sereia desta ou daquela comunidade, ou de algum líder de expressão. As benesses que alguma instituição ou igreja podem oferecer, nunca sobrepujarão o compromisso em servir o Reino, mesmo que isso implique em sacrifício e dor.
Líderes maduros constroem uma história que tem princípio, meio e fim
Crianças trocam de brinquedos a cada momento. Brigam. Choram quando algo lhes é tomado. Um dos sinais evidentes de um líder maduro é que ele conhece perfeitamente a tarefa que lhe foi confiada. Ele tem a característica de planejar, coordenar, e levar seus comandados a concluírem a tarefa, seja ela qual for. Mais do que isso. Ele zela por sua vida espiritual e moral para que nenhum escândalo possa interromper sua trajetória ministerial.
Bolas, pipas e bonecas. Líderes imaturos sempre vão gostar de festa e de brinquedos. Suas igrejas, como resultado, também não mostrarão sinais de crescimento espiritual genuíno.
O que mais precisamos hoje é encontrar homens e mulheres que estejam dispostos a liderar com seriedade e compromisso aqueles que o Senhor lhes tem confiado. Isto acontecendo, poderemos sonhar com um Brasil cheio da presença da glória de Deus e que manifeste os sinais visíveis do Reino de Deus.
Oswaldo e Sirley Prado são missionários da SEPAL Sul
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